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O dono do mundo

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Havia um homem que possuía várias propriedades rurais. Estavam espalhadas pelo país onde morava, de modo que não havia uma sequer perto da outra. Mantinha todas em pleno funcionamento, cuja produção principal era a de gêneros alimentícios, consumidos nas cidades próximas.

Em cada uma dessas propriedades existia uma pessoa encarregada para gerenciá-la. Em uma delas, era seu próprio filho quem tomava conta. Era a propriedade denominada Fazenda Paraíso. O nome não era sem razão, pois era a mais bela das propriedades que possuía, além de ser também a mais produtiva, já que seu solo era apropriado ao cultivo.

Tudo ia bem nessa fazenda, até que um dia soube que vários desocupados estavam invadindo suas terras, roubando de tudo que nela se produzia. Ficou deveras intrigado, quando lhe contaram depois, que essa situação era de muito tempo, mas que seu filho não fez absolutamente nada para evitar os acontecimentos.

Mesmo sabendo disso também, por sua vez, não tomou as providências que o caso sugeria. E, pouco tempo depois, teve a infeliz notícia de que esses vândalos mataram o seu filho. Sua inércia acabou custando-lhe a propriedade, pois eles já tomavam conta de tudo.

Será que se fossemos nós, os proprietários dessa fazenda, não tomaríamos nenhuma providência? Será que deixaríamos os vândalos se apropriarem dela? Será que não faríamos nada mesmo? Acreditamos que nenhum de nós abriria mão do direito de lutar pelo que lhe pertence, não é mesmo? Advogados, polícia, enfim, tudo que a lei pudesse nos fornecer para reaver nosso bem. Lutaríamos até conseguir nosso objetivo. E não nos conformaríamos que alguém não agisse desse modo. A atitude do dono da propriedade seria condenada por qualquer um de nós, sem sombra de dúvida, não é mesmo?

Bom, agora vamos refletir um pouco sobre isso.

Podemos dizer que em certos acontecimentos, bem semelhantes a esse caso, também não está sendo tomada nenhuma providência. É só colocar no lugar do proprietário Deus, o país como o Universo, as propriedades seriam os planetas, a Fazenda Paraíso sendo a Terra (embora esteja ainda muito longe de ser um paraíso), o filho vejamo-lo como Jesus, os vândalos seria “satanás”.

Não lhe parece que esse último anda se apropriando da Terra? Por que será que Deus não toma nenhuma providência? Por que deixar que alguém fique levando para a perdição todos os Seus filhos, sem fazer absolutamente nada? Será que isso realmente poderia acontecer ou está acontecendo? Não temos dúvida alguma que não! Absolutamente não!

Não acreditamos que Deus, tenha deixado o mundo entregue nas mãos de um ser (ou de vários seres inferiores), cujo objetivo é levar todos para o seu “caldeirão” no inferno. Apenas mentes infantis podem admitir tamanho disparate.

De duas uma, ou Deus é tudo ou não é nada, não há meio termo. Se partirmos do pressuposto que tudo o que existe é sua criação, não há como concebê-Lo criando um ser devotado eternamente ao mal, inclusive, ganhando espaço junto a tudo o que é Seu. E não nos venha com a história de que satanás é um anjo decaído, pois, supondo-se que tenha criado os anjos, seres de elevadíssima perfeição, teríamos que admitir que Deus tenha falhado já que alguns deles negam essa perfeição ao decaírem.

E mais, que Deus é esse que apesar de ter infinitos seres que poderiam ajudar, aos que na terra buscam a sua evolução, mesmo assim deixa-os completamente entregues ao “príncipe desse mundo”? E até mesmo por questão de justiça se deixa que os maus venham para nos atazanar a vida. Por que não deixaria os bons virem nos ajudar? Entretanto as correntes religiosas tradicionais parecem fazer questão de dizer que somente existem os seres maus? Por que será que isso ocorre? Não sabem? Bom, podemos dar uma dica, veja a conta bancária dessas instituições ou a de seus líderes e encontrará a resposta.

Não dê atestado de ignorante, acreditando nesse ser do mal, que por ignorância dos homens, o elevaram a uma potência do mal a lutar eternamente com o bem.

Pense nisso!
Maio/2003.

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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