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O Juiz

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Há muito tempo atrás, vivia um Juiz numa região urbana norte-americana. Trabalhava várias horas por dia analisando os processos que lhe chegavam às mãos quando, certo dia, viu um nome que lhe chamou a atenção. Apressadamente, pegou o processo e passou a lê-lo.

Era o caso de Douglas M. Lincoln que, apesar do sobrenome, não tinha nenhum grau de parentesco com o afamado ex-presidente Abraham Lincoln. Correndo os olhos pelo processo, tomou conhecimento de que Douglas era acusado de matar seu vizinho ao dar-lhe dois tiros de revólver, à queima roupa, em virtude de um desentendimento por causa da cerca que dividia o seu lote com o dele.

Neste momento, o Juiz lembrou-se de um episódio que havia ocorrido entre ele e o pai do réu e, por mais que se esforçasse, não conseguia precisar o tempo certo, acreditava ter pelo menos uns 50 anos. Naquela oportunidade, o pai de Douglas lhe havia comprado um carro dando em pagamento um cheque sem fundos. Pensou o Juiz: Apesar de ter demorado muito, havia chegado o momento de se vingar do pai de Douglas, dizia para si mesmo: “A minha justiça tarda, mas, não falha” e, atento, começou a estudar mais detalhadamente o processo, para ver se encontrava elementos suficientes para aplicar sua vingança.

Notou que no processo havia um detalhe que não tinha sido percebido no inquérito inicial. Era que, o assassino, na verdade, era uma outra pessoa de nome Douglas. Assim, percebeu que havia um erro no processo. Mesmo sabendo disso, iria sentenciar o réu com a sentença para o caso. Já que havia premeditado a sua vingança, a pena seria a de morte.

Chegou o julgamento e, como esperava o Juiz, o réu Douglas, mesmo completamente inocente, foi fatalmente condenado a virar “churrasco” numa cadeira elétrica. Fato consumado um mês depois.

O Juiz estava feliz com o desenrolar da história, sentia-se muito bem por ter se vingado. Estava de “alma lavada”.

Fim.

Já sei que você irá dizer: “Que história estranha essa!” Realmente, mas para fazermos nossa reflexão ela é muito apropriada.

Perguntaríamos: o Juiz agiu com justiça, como era de se esperar? Diante do fato de que quem cometeu o crime foi outra pessoa, é justo um inocente ter sido condenado? É também, justo, condenar um filho por qualquer erro que o pai possa ter cometido? Tendo pleno conhecimento do fato ocorrido, o Juiz deu a sentença merecida? Concordamos com você, para todas essas perguntas, a resposta é uma só: não!

Mas…

Veja que, com relação a Deus, dizemos que Ele irá se comportar exatamente como esse Juiz “Ordinário”. Como poderemos ser castigados pela falta de Adão e Eva? Há alguma justiça nisso? Ora, se como na história, não achamos que o Juiz foi justo, porque então admitimos que Deus, a suprema perfeição, o seria numa situação semelhante?

Pense nisso!

Nov/2001.

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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