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Pentecoste dos Gentios defendido por Pedro

O Pentecoste dos Gentios nada tem a ver com a data de cinquenta dias depois da Páscoa do Pentecoste dos Apóstolos, mas têm a ver com os fenômenos espirituais, pneumáticos ou mediúnicos acontecidos com o dos apóstolos, pois são idênticos. E lembro que eu é que estou dando o nome de “Pentecostes dos Gentios” a esses fenômenos espirituais, pneumáticos ou mediúnicos ocorridos com os gentios. Não me lembro de isso ter sido dito por outro autor.

Esse fenômeno espiritual, pneumático ou mediúnico de falar línguas estrangeiras sem o conhecimento delas acontecido com os gentios, quando os judeus achavam que isso fosse uma exclusividade dos apóstolos e deles, sem dúvida, é a continuação do Consolador prometido que, para a Doutrina Espírita, é ela própria. E São Pedro, vendo pessoalmente esses fenômenos, deu-nos seu famoso e conhecido ensino: Deus não faz acepção de pessoas.

E dizemos, principalmente, no tocante aos dons espirituais ou proféticos dos quais fala também São Paulo em 1 Coríntios, o que é uma grande verdade. De fato, o dom da mediunidade pode ser de um adepto de qualquer religião e até de ateus, o que tem levado muitos destes à conversão ao espiritualismo.

Lembro aqui que o próprio Jesus e os apóstolos eram judeus, e deixavam de ser gentios todos os que se tornavam judeus.
Esses assuntos que estamos abordando aqui estão no Livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 2 e capítulo 10: 44-48. E tudo isso aconteceu bem no início do cristianismo. Então, o Espírito Santo da Santíssima Trindade, que só foi criado pelos teólogos trinitaristas no IV Século, era desconhecido dos apóstolos e demais judeus, inclusive, Jesus não fala nele.

Mas na Bíblia, é dito, várias vezes, que os apóstolos, os judeus e até os gentios recebiam o Espírito Santo. Isso é um dos mais importantes acréscimos ou interpolações que fizeram na Bíblia para adaptá-la às doutrinas que iam surgindo no decorrer dos séculos.

O certo é dizer um espírito santo, pois o espírito manifestante pode ser também mau. (Primeira Carta de João 4:1). E eu até lamento ter que dizer que a Bíblia é um conjunto de livros dos mais alterados que existem na história da humanidade. É por isso que repito muito que a Bíblia não é a palavra de Deus, mas de homens sobre Deus, e eles não são infalíveis!

E terminamos essa coluna dizendo que São Pedro defendeu muito esses fenômenos mediúnicos, inclusive, citando também no Livro de Atos dos Apóstolos os fenômenos mediúnicos ou proféticos de que fala o profeta Joel no Velho Testamento 2:28: “… derramarei de meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões”

Artigo publicado no jornal O Tempo em 14/10/2024
PS: (*) Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior. Palestras e entrevistas em TVs com ele no YouTube e Facebook. Seus livros estão na Amazon, inclusive os em inglês, e a tradução da Bíblia (N.T.). Contato (Cássia e Cléia): contato@editorachicoxavier.com.br ou jreischaves@gmail.com 

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.