Depois que descobri as Escrituras Sagradas sob a Ótica do espiritismo, as quais eu só conhecia antes pela respeitada visão milenar católica – minha religião de berço, de meus antepassados e de seminarista redentorista que fui –, passei a crer mais nelas. Hoje, o espiritismo é bem conhecido por muitos líderes religiosos, os quais, no entanto, fazem de conta que ele não existe. E, atualmente, por ser o espiritismo uma verdade incontestável para a ciência não materialista, é que ele é muito atacado pelos líderes religiosos cristãos, não tanto pelo clero católico.
Vejamos alguns exemplos espíritas na Bíblia. “Eu era um bom rapaz, por isso caí num corpo perfeito”. (Sabedoria 8,19 e 20).
Temos aqui três doutrinas espíritas bíblicas:
1) A da ‘preexistência’ do espírito antes da concepção do seu novo corpo no ventre materno;
2) A da doutrina bíblica e das outras grandes escrituras sagradas da lei de causa e efeito ou cármica: eu era um ‘bom rapaz’, ou seja, em outra reencarnação;
3) A Colheita merecida ou o ‘corpo perfeito’.
E eis outro exemplo bíblico da preexistência do espírito antes da sua formação no ventre materno: “Antes que eu te formasse no corpo da tua mãe, eu já te conhecia e te nomeei profeta…”. (Jeremias 1,5).
Existe uma tradição cristã de que somente o próprio Espírito de Deus (qual, o da Primeira Pessoa ou da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade?) e os “daimones” maus (não os bons) se manifestam a nós. Seria muito estranho Deus permitir que somente os “daimones” maus se comuniquem conosco, enquanto que os “daimones” bons não pudessem se manifestar a nós – lembrando aqui que os “daimones” no grego bíblico são as almas ou os espíritos que podem ser maus ou bons e até santos.
É por isso que João nos ensina que devemos examinar os espíritos. E na Vulgata Latina, São Jerônimo fala somente em “spiritum bonum” (espírito bom) e não no Espírito Santo Trinitário. E é óbvio que se há espíritos (“daimones”) bons, há também os maus.
O grande teólogo Haraldur Nielson, a serviço da Sociedade Bíblica Inglesa, professor de teologia da Universidade da Islândia, e tradutor da Bíblia para o islandês, com seu livro “O Espiritismo e a Igreja”, mostra que a palavra transe equivale a êxtase. E ele reconhece de público que a Bíblia é um livro espírita.
São muitas as referências de que a Bíblia é um livro mediúnico ou inspirado por espíritos, chamados pela tradição cristã, depois da criação da Santíssima Trindade, de ‘Espírito Santo’, como se fosse no singular um só, quando na verdade, são Espíritos Santos no plural, como já era antes da criação dela.