Pessoas Trinitárias e manifestação dos espíritos
Os assuntos que vamos abordar hoje já são conhecidos dos meus leitores. Porém, a repetição deles é para sua melhor clareza e, principalmente, é para os leitores novos de O TEMPO. E alguns dos assuntos com novidades, pois, a evolução do nosso conhecimento sobre Deus não para.
Com todo o respeito que merecem a Santíssima Trindade e o seu Espírito Santo, lamento dizer que é ela – principalmente, por causa dele – que complicou muito o cristianismo. Ela é o maior problema para as outras duas religiões também monoteístas, o judaísmo e o islamismo, se aproximarem do cristianismo.
Os teólogos cristãos ensinam que as Pessoas Trinitárias são três, mas Deus é um só. Porém, Deus não é pessoa, menos ainda três! Aliás, isso é antropomorfização de Deus. Ademais, o Espírito Santo Trinitário ficou mais divulgado do que o Espírito Santo de Deus Pai, Criador Incriado e Pai de Jesus Cristo e de todos nós. Portanto, Ele é que devia ficar mais em evidência.
Há mais outras doutrinas cristãs que, também, precisam ser revisadas. Antes da criação do Espírito Santo para formar a Santíssima Trindade, já existia a comunicação dos espíritos conosco desde priscas eras através dos pneumatas, chamados de médiuns por Kardec.
E os teólogos trinitaristas passaram a ensinar que, para o papa e os bispos em concílios ecumênicos, era o Espírito Santo (criado por eles) que se manifestava e que, para os leigos, eram os espíritos (“daimones” no grego da Bíblia) maus que se comunicavam. Ora, se eles admitiam os “daimones” maus, eles tinham que admitir que havia, também, os bons.
E, assim, na verdade, melhor se diria que o Espírito Santo manifestante para o clero era um espírito santo ou bom (no singular bíblico “daimon”.) Parte dos teólogos cristãos católicos ensina hoje que o Espírito Santo é o amor entre o Pai e o Filho. Então, ele não é Deus mesmo, pois Deus não pode ser visto como sendo uma metáfora. Porém, se o Espírito Santo não é Deus, por que o engrandeceram e engrandecem tanto?
Creio que seja porque os teólogos quiseram abafar a verdade de que é comum a manifestação dos espíritos tanto maus como bons através dos pneumatas ou médiuns, como ensina São João na sua Primeira Carta 4:1, o que nada tem a ver com a doutrina do Espírito Santo e complicando, seriamente, a doutrina dele, o que é agravado, também, pelo fato de que nem toda autoridade eclesiástica é pneumata ou médium, sem o que é impossível o recebimento de qualquer espírito (“daimon”, plural “daimones”) bom ou mau.
São Jerônimo na sua Vulgata Latina, em 410, mais ou menos, optou por dizer “Spiritus Bonus” (Espírito Bom), em vez de “Spiritus Sanctus” (Espírito Santo).
Quando os cristãos revisarem a Doutrina Trinitária e outras vai ser grande o número de conversões ao cristianismo.