No Apocalipse, Jesus é o espírito, e João, o médium

No silêncio da ilha de Patmos, João Evangelista recebe, pela mediunidade, as revelações do Espírito de Jesus — não como um Deus distante, mas como um irmão entre os profetas. A cena nos convida a repensar os limites entre fé e fenômeno espiritual, entre tradição e revelação. Se a Bíblia abriga manifestações mediúnicas tão profundas, por que o Espiritismo, que as reconhece e estuda, é tão rejeitado por aqueles que também se dizem guiados pelas Escrituras? Talvez o verdadeiro milagre esteja em abrir o coração para o que transcende os dogmas e acolher o que une, não o que separa.

É surpreendente para muitas pessoas o que diz o título desta coluna de hoje, pois, ele demonstra a prática do espiritismo na Bíblia e envolvendo o apóstolo João Evangelista e o próprio Jesus. É surpreendente, de fato, para muitos católicos, protestantes e evangélicos, pois, seus líderes religiosos consideram o espiritismo a mais errada religião, daí ele ser sempre o mais atacado e condenado por eles de todas elas.

Vejo nessa radical ojeriza contra a doutrina espírita o fato de que não existe espiritismo sem a mediunidade, um dom espiritual que é para poucos. Um pouco dela todos nós temos, mas a mediunidade propriamente dita, ou seja, a de receber espíritos, poucas pessoas a têm. E pode-se dizer que, de um modo geral, não é também comum encontrarem-se médiuns entre os líderes religiosos católicos, protestantes e evangélicos.

Numa comunidade católica, por exemplo, um médium costuma ter mais prestígio do que o padre, É normal isso ser desagradável para o padre local e, de um modo geral, para todo o clero católico. E fatos idênticos ocorrem também com as comunidades protestantes e evangélicas e seus grandes líderes.

Mas essa hostilidade contra os fenômenos espíritas é muito estranha, pois, eles estão muito presentes nas igrejas ortodoxas, protestantes, evangélicas e, principalmente, na Bíblia. Para saber mais, recomendo o livro “O Espiritismo e as Igrejas Reformadas”, Jayme Andrade, Editora EME e na Amazon.

Fenômeno mediúnico de João

E vejamos o início do Apocalipse, no qual o Espírito de Jesus, que já tinha morrido na cruz, manifesta-se ao grande médium João Evangelista, ao qual Jesus dá orientações para ele se preparar para começar a registrar o conteúdo das narrativas que o Espírito do excelso Mestre, em seguida, lhe passará a transmitir. Narrativas essas que são os fatos proféticos que são constantes do importante Livro bíblico do Apocalipse.

E para deixar, ainda, mais claro esse fenômeno mediúnico com o Espírito de Jesus e o médium psicógrafo João Evangelista, recomendo aos leitores desta coluna o capítulo 22 do final do Apocalipse, em que João Evangelista prostra-se aos pés do Anjo (espírito enviado) Jesus. Mas Jesus o repreende, dizendo-lhe que é isso? Adore somente a Deus, com o que Jesus prova que não é Deus, e dizendo a João: Eu sou um irmão seu, como o são os profetas e todos os que guardam os ensinamentos desse livro, o Apocalipse.

Diante desse fenômeno bíblico mediúnico ou espírita envolvendo o apóstolo João Evangelista e o próprio Jesus, como o espiritismo pode ser tão repudiado e tão condenado pelos líderes religiosos cristãos mencionados?

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