A arte do perdão

Entendemos o perdão como sendo uma arte considerando os vários fatores associados a essa renúncia. Inicialmente quem a pratica deve estar com um clima interior de rara grandeza e por base esse estado d´alma inclui sentimentos dos mais nobres sendo um deles a humildade, dentre tantos outros que elevam nosso pensamento a ponto de termos uma frequência vibratória das mais intensas e salutares. Há de se perguntar: é fácil perdoar? Claro que não! É uma das atitudes mais difíceis para o ser humano, pois vivemos envoltos numa atmosfera extremamente egoísta.

O perdão pode ser manifestado com a palavra escrita ou verbal acompanhada pelo sentimento vivido no coração. Por ser difícil não quer dizer que seja impossível, mas a coragem para essa caridade se faz necessária. Por que então chamamos de arte? Porque a arte seja ela qual for resulta da inspiração que por sua vez demonstra a elevação espiritual de quem a pratica ou cria. Assim, um compositor, um escultor, entre outros que comungam com a arte ao mergulharem em suas criações expressam a essência de suas imaginações devendo sentir-se para tal com paz interior onde a sensibilidade aflora na exuberância dos seus trabalhos.

Quando temos esse desprendimento estamos também fazendo a caridade para o nosso semelhante, visto que nesse momento nossas energias são as mais puras que podemos ter e assim a pessoa a quem perdoamos deverá compartilhar dessa atmosfera luminosa onde as vibrações se afinam na Esfera Superior motivando-a também para essa prática. As dificuldades no relacionamento humano são muitas e sempre queremos ter razão sem nos questionarmos sobre esse direito…

A blindagem que fazemos em nós mesmos é fruto do nosso egoísmo que é um sentimento antagônico da humildade. Com a virtude do perdão poderemos alcançar dias melhores em nossa caminhada e irradiar esse sentimento como sendo da maior importância para a nossa evolução espiritual, objetivo maior da nossa existência terrena.

Luiz Guimarães Gomes de Sá
Médico e membro da Academia Pernambucana de Música

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Luiz G. G. de Sá
Médico, pianista, compositor, escritor e produtor cultural. É membro da Academia Pernambucana de Música, sucedendo Luiz Bandeira que por sua vez, ocupou a vaga do Patrono Luiz Gonzaga. Articulista do Jornal do Comércio e Diário de Pernambuco há vários anos. Vencedor de inúmeros festivais de frevo e hoje tem 42 frevos de rua entre outros do gêneros como jazz, bossa nova, noturno, etc. Trabalhador do Centro Espírita Caminhando Para Jesus.