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A Bíblia é a palavra de homens sobre Deus

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Saibamos distinguir com coerência suas verdades de seus erros

Uns usam a Bíblia para atacar a verdade da reencarnação e outras verdades, e muitos, como eu, usam-na para defendê-las. A solução, então, é estudá-la bem, usando o bom senso, a razão e a lógica, pois ela nunca foi, nunca é nem nunca será, literalmente, como muitos pensam, a palavra de Deus, mas a palavra sobre Deus e escrita por homens que erram. Vejamos alguns de seus erros, inclusive, de contradições.

Se a Bíblia fosse de fato a palavra de Deus, como ensinaram os teólogos antigos, o que foi herdado e ensinado pelos seus sucessores e até ainda por teólogos de hoje, ela não teria um erro sequer. No entanto, eles são muitos. Mas ela tem também verdades… Porém, saibamos distinguir com coerência as suas verdades dos seus erros, caso contrário, as polêmicas sobre o seu entendimento jamais cessarão. E ela, a Bíblia, em vez de unir as pessoas, como deveria fazer, continuará separando-as, como sempre, infelizmente, vem acontecendo.

A Carta aos Hebreus é muito polêmica, pois tem contradições. A sua própria autoria era atribuída, no passado, a são Paulo. Hoje, não. Sabe-se que foi um seu discípulo que a escreveu. Seria essa mudança para não comprometer o nome de são Paulo ou para desvalorizá-la, ou mesmo as duas hipóteses juntas?

Ela diz que Jesus é filho de Deus igual ao Pai e que todos os anjos devem adorá-lo (Hebreus 1: 6). Mas nela mesma lemos que Jesus foi feito inferior aos anjos (Hebreus 2: 9).

A Bíblia tem até partes materialistas, o que não é novidade, pois os judeus saduceus, como se sabe, não acreditavam na existência de espíritos, anjos e na ressurreição (Atos 23: 8). Observe-se que aqui não se fala em demônios, pois eles já eram entendidos como sendo os próprios espíritos humanos (“daimones”), que são chamados também de “almas” ou “anjos dos mortos”. E, igualmente, na mitologia e nas obras gregas da época em que a Bíblia era escrita, os espíritos humanos ou almas eram os “daimones” maus ou bons.

Acreditamos que, com relação à grande verdade da reencarnação, já comprovada por alguns segmentos da ciência, esteja acontecendo coisa semelhante à questão do heliocentrismo, ou seja, a demora em ser reconhecida pela Igreja Católica, embora a Bíblia até a defenda com os seus sinônimos: palingenesia, ressurreição e as gerações do espírito imortal, pois a reencarnação, em certo sentido, desvaloriza a função dos padres e pastores… Mas ela avança, celeremente, e é por isso e outras questões que os líderes religiosos têm evitado condená-la, pois negá-la é como estar falando para os ventos! E a Bíblia, apesar de ter verdades, tem também, como vimos, erros, pelo que é errado mesmo dizer que ela é a palavra de Deus, como muitos ainda dizem!

Artigo publicado no jornal O Tempo dia 23/08/2021
PS: Com este colunista: “Presença Espírita na Bíblia na TV Mundo Maior”, e a tradução do Novo Testamento completo, Editora Chico Xavier, (31) 3635-2585 Cássia e Cleia. contato@editorachicoxavier.com.br

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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