Se Jesus fosse Deus, haveria mais de um Deus. Essa doutrina pagã e antibíblica foi confirmada como dogma pelo Concílio de Nicéia (325), justamente porque era polêmica, pois Jesus sempre se denominou Filho de Deus, mas jamais Deus. A sua unidade com o Pai, Ele nos ensinou a buscarmo-la também. Mas disse que o Pai é maior do que Ele (João 14,28). Logo, Ele não é Deus. E afirmou que nós podemos fazer tudo que Ele fez e até coisas maiores do que as Dele. Ora, se Ele fosse de fato Deus, nós jamais poderíamos fazer coisas maiores dos que as Dele!
Quanto ao seu título de Senhor (“adonai”), ele era comum e o é até hoje às pessoas de respeito. Dizia-se muito: “senhores de escravos”. E seria Nossa Senhora uma deusa? Maria é apenas Mãe biológica de Jesus. Ela gerou seu corpo, mas não gerou o seu espírito.Realmente, Deus é Espírito, criador, incriado e “Pai dos Espíritos” (Hebreus 12,9), enquanto que Jesus é criatura. Destarte, mesmo que Jesus fosse Deus, Maria não poderia ser Mãe de Deus, pois Deus, por ser Espírito, não pode ter Mãe. No tocante à expressão “Filho Unigênito de Deus”, o filólogo do século 16 Étienne Dolet morreu na fogueira, porque sugeriu que ela deveria ser “Filho de Deus Único”.
E não seria, pois, essa expressão mais uma interpolação colocada na Bíblia, já que os teólogos fizeram tantas delas ao longo dos séculos? O certo é que o Mestre nos ensinou que não apenas Ele era Filho de Deus, mas que todos nós o somos também. E de certa feita, chamaram Jesus de bom, e Ele reagiu dizendo que bom é só Deus (Marcos 10,18). E disse mais: “Meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus” (João 20,17). Mas os teólogos ortodoxos contestam Jesus dizendo que Ele é da mesma substância de Deus (“homoousios”).
Porém, em espíritos, nós também o somos, pois somos centelhas divinas! Sobre a expressão de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus”, baseando-nos na própria Bíblia, ele deve ter empregado “Meu Senhor” para Jesus, e “meu Deus” para o Deus Pai. E vejamos esta afirmação paulina: “Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Timóteo 2, 5).
Como se vê, a falácia teológica não resiste a um exame mais acurado!