Paulo fala que somos santuários de Deus. E muitos biblistas seguem a interpretação literal disso da Igreja.
Apresentaremos, neste artigo, mais clareza do que já foi dito em outros, principalmente na “Por que o espírito humano é o Espírito Santo?”
A interpretação errada desta passagem de 1 Coríntios 3, 16 – “Vós sois templos de Deus” – está arraigada no inconsciente coletivo dos cristãos, não sendo, pois, fácil mostrar-lhes que a verdade é outra, diferente daquela que aprendemos.
Para mim, também, não foi fácil aceitar tal verdade! Ela é universal, anterior ao cristianismo, é dos gentios ou pagãos, e de todas as religiões antigas e modernas, a qual são Paulo, como gnóstico que era, defendeu. Daí ele ser cognominado “apóstolo dos gentios”, e não dos ‘evangelizados’ dos outros apóstolos.
Pesos pesados mundiais do conhecimento da Bíblia e da teologia admiram o ensino das cartas de Paulo e, de modo muito especial, repito, o de 1 Coríntios 3, 16: “…vós sois templos de Deus”. E eis alguns desses estudiosos que, de algum modo, estão ligados ao paulinismo: santo Agostinho, santo Irineu, bispo Eusébio, Allan Kardec, Joseph Campbell, Carl Jung, Tom Harpur, Bart Ehrman, Pastorino, Huberto Rohden, George Bernard Shaw, Hermínio C. Miranda, Paul Brunpton, Pastorino (espírito) por psicografia de Divaldo P. Franco, Ambrósio Donini, Elaine Pagels, Emmanuel e André Luiz (espíritos) por psicografias de Chico Xavier, Albert Schweitzer, Rudolf Bultmann, Herculano Píres etc.
Lembramos aqui que Paulo não conheceu os quatro Evangelhos e que suas doutrinas estão nas suas cartas, que são os textos bem mais antigos do Novo Testamento e, pois, os primeiros a serem escritos. Aliás, ele disse que seu evangelho foi adquirido não através de homens, pela carne, mas em espírito, e que tinha seu evangelho (Gálatas 1, 11 e 12; e Romanos 2, 16).
Paulo, é claro, aceitou a existência do homem Jesus de Nazaré, mas se prendeu muito ao Cristo Interno de Jesus, dele e aos nossos, chamados também de alma, de Deus interior, Espírito Santo, Eu interior ou as centelhas divinas de todos nós, pois, é como se fôssemos sementes divinas de deuses gerados por Deus, e que correspondem ao Atman dos orientais. Assim, como nossa alma é o nosso Cristo Interno ou emanação divina do Deus Pai absoluto e único, para os bramanistas o Atman é a alma ou a emanação divina do Brâhman, Deus único e chefão dos deuses. Não o confundamos com Brahma, que é uma das três pessoas da ‘Trindade Trimurti’ dos bramanistas.
A minha intenção, neste artigo, é mostrar que os “Cristos internos e sempiternos” de Jesus Cristo e de todos nós têm suas próprias “identidades”, as quais não se confundem jamais umas com as outras, principalmente com a de Deus Pai absoluto e único!