A importância de conhecer o nosso espírito

Sim, é muito importante para nós sabermos como é o espírito ou a alma imortal que habita o nosso corpo, dando-lhe a vida e a mantendo.

Jesus disse que é necessário nascer de novo para se obter o reino de Deus. E explicou que há dois tipos de nascer de novo. O nascido da carne, da água, da matéria, ou biologicamente do pai e da mãe, e com a entrada nele do espírito imortal, ocorrendo assim o fenômeno da reencarnação. E esse nascer de novo do espírito significa também sua reforma íntima ou mudança de vida para melhor, quando ele está reencarnado.

“Pneuma”

Muitas vezes, na Bíblia, “pneuma” – alma ou espírito, em grego – se mistura ou se confunde com o vento, daí ser dito por Jesus que o vento (espírito) sopra, mas não se sabe donde ele vem nem para onde ele vai. De fato, nós não sabemos de quem é o corpo que nosso espírito habitou antes de habitar o nosso atual. E não sabemos também qual novo corpo ele vai habitar. Isso nada tem a ver com a água do muito respeitado batismo. E a confusão de espírito com vento pode ter sido originada por teólogos interessados em ocultar a ideia da reencarnação…

Veja-se que, ao criar Adão, primeiro Deus formou do barro um corpo humano para, só depois disso, soprar nas narinas de Adão a alma ou o espírito de Adão. Essas ações de Deus são figuradas, Ele não tem boca para soprar. Mas fica evidente que é imprescindível o corpo para o espírito se encarnar.

Corpos mortais e reencarnações

Exatamente porque os corpos são mortais, o Criador criou o ser humano tendo prazer na ação de criar novos corpos, numa prova evidente de que Deus tomou sábias providências para que nunca faltassem novos corpos para as novas reencarnações dos espíritos, necessárias para eles continuarem sua evolução, se regenerando, se purificando e pagando tudo, até o último ceitil (São Mateus 5: 26) suas faltas, aqui na Terra, pois, como diz um dito popular, “aqui se faz, aqui se paga”. Aliás, os teólogos católicos dizem hoje que a Igreja não sabe onde fica o purgatório (defendido por Kardec), dando assim mais credibilidade ao citado dito popular…

E convenhamos que essas chances de termos sempre novas oportunidades de quitarmos nossas faltas, de evoluirmos e de nos regenerarmos sempre, são a maior de todas as graças e, também, provas contundentes da misericórdia e amor infinitos de Deus para conosco.

Autoconhecimento

E ousamos dizer que o tão falado autoconhecimento depende muito de conhecermos bem o espírito que somos, não só na vida atual, mas também, em vidas anteriores dele. E existe, para quem quiser, a terapia de vida passada feita por médicos, psicólogos, parapsicólogos, neurologistas etc., a qual nos mostra nuances do que, em espíritos, fomos no nosso passado próximo e longínquo…

Artigo publicado no jornal O Tempo em 02/01/2023
PSCom este colunista, “Presença Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior e a tradução do Novo Testamento, 2ª edição, ampliada na introdução, revisada e com notas inéditas dos versículos interlineares, Editora Chico Xavier, (31) 3637-2585
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.