No tempo de Jesus encarnado aqui, no nosso planeta, a visão antropológica semítica do ser humano era só do homem fenomênico, visível, e não do homem propriamente dito, composto de alma e corpo. E é de acordo com aquela visão antiga errada do homem só de corpo que Hebreus 9:27 diz que o homem morre uma vez só, o que, realmente, é verdade, pois esse homem só de corpo, ao morrer, vira cadáver! Como, pois, um cadáver poderia morrer outra vez? Porém, o homem real, como vimos, não é só corpo, mas é formado também de espírito, que não morre jamais, pois é imortal.
Ele apenas sai do homem que morre, indo para a dimensão espiritual, automaticamente, o que lembra o que diz Jesus quando estava morrendo: “Pai, em vossas mãos entrego meu espírito”. O espírito que é imortal, como já dissemos, vai para a dimensão espiritual e, oportunamente, volta a reencarnar, formando um novo homem material que nasce, vivificando-o, até que um dia esse homem material abandonado por seu espírito morre também uma vez só e bem morrido!
O homem fenomênico, ou o corpo do homem, vem do pó e retorna ao pó (Gênesis 3:19; e Eclesiastes 12:7). E, para deixar isso mais claro, ainda, lembramos que o espírito, ou o Cristo Interno, não vem do pó, mas de Deus, pois é criado ou gerado por Deus, pelo que, de algum modo, nosso corpo é mesmo templo ou tabernáculo de Deus (1 Coríntios 3:16).
Mas a identidade de nosso Cristo Interno Divinal é nossa ou de cada um de nós, e não de Jesus e menos ainda de Deus Pai, o Único. O nosso espírito é chamado pelas correntes espiritualistas modernas e da antiguidade de Centelha Divina, Eu Superior, Cristo Interno etc. Os gnósticos ficaram famosos por seguirem são Paulo e divulgarem muito o Cristo Interno de Jesus e de cada um de nós, o que, para melhor clareza, repetimos que esse Cristo Interno é a alma de Jesus e as almas de cada um de nós com nossas respectivas identidades individuais.
E são esses Cristos Internos ou almas de Jesus e de cada um de nós que ressuscitam, pois, no Reino dos Céus, não entram carne e sangue (1 Coríntios 15:50). Paulo diz mais: Semeia-se corpo animal, material, e ressuscita corpo espiritual (1 Coríntios 15:44), ou seja, o espírito com seu perispírito, pois o espírito o mantém. O espírito se manifesta ou aparece sempre com o seu perispírito. Por oportuno, lembramos que aparição na Bíblia, muitas vezes, tem também o significado de ressurreição. E são Pedro, falando sobre a ressurreição do próprio Jesus, afirma: “… morto, sim, na carne, mas ressuscitado no espírito” (1 Pedro 3:18). Será que, para ficar mais claro que a ressurreição é do espírito, precisaríamos desenhar?