Resumo: O texto questiona a veracidade histórica da Via Sacra, argumentando que os Evangelhos apresentam narrativas contraditórias sobre quem carregou a cruz de Jesus. O autor argumenta que a representação da Via Sacra pela Igreja Católica foi uma construção posterior, visando reforçar certos pilares doutrinários e criar um ritual emotivo para os fiéis. A análise se baseia em comparações entre os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, destacando inconsistências e sugerindo motivações teológicas para essas divergências. Finalmente, o texto relaciona a questão da Via Sacra com a interpretação de passagens bíblicas sobre carregar a própria cruz, reforçando a crítica à aceitação acrítica de interpretações religiosas tradicionais.
Palavras-chave: Via Sacra, narrativas contraditórias, Evangelhos, construção doutrinária, interpretação bíblica.
Abstract: The text questions the historical veracity of the Stations of the Cross, arguing that the Gospels present contradictory narratives about who carried Jesus’ cross. The author argues that the representation of the Stations of the Cross by the Catholic Church was a later construction, aiming to reinforce certain doctrinal pillars and create an emotional ritual for the faithful. The analysis is based on comparisons between the accounts of Matthew, Mark, Luke and John, highlighting inconsistencies and suggesting theological motivations for these divergences. Finally, the text relates the issue of the Stations of the Cross to the interpretation of biblical passages about carrying one’s own cross, reinforcing the criticism of the uncritical acceptance of traditional religious interpretations.
Keywords: Stations of the Cross, contradictory narratives, Gospels, doctrinal construction, biblical interpretation.
