A famosa lei de Lavoisier – “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” – é uma grande verdade, que vale muito para os seres inorgânicos, com sua massa química, mas vale mais ainda para os orgânicos, que têm sua evolução instintual ou intelectual (humana). Esta última intelectual (humana), ou da alma, tem a sua evolução de ideias em busca constante de novidades, inclusive do seu progresso espiritual e moral e sem fim, inovando sempre a humanidade.
Daí que sempre estão surgindo novas ideias filosóficas e teológicas, ficando extintas as velhas já vencidas! E é inevitável que elas interfiram nas crenças de doutrinas religiosas, com ideias mais racionais e, pois, mais convincentes, principalmente sobre o conceito a respeito de Deus. E ninguém segura o avanço dessas inovações na filosofia e na teologia, desde que sejam racionais, conservando as antigas, sim, mas que não afrontem a razão, o bom senso e a lógica.
Jung disse que as pessoas com mais de 30 anos, geralmente, têm um problema de fundo religioso a ser resolvido. Certamente, ele se referiu aos problemas teológicos cristãos, pois Einstein afirmou também que a sua religião não era nem cristã, nem judaica.
Realmente, as teologias cristãs têm algumas questões contraditórias, que deixam confusos os cristãos, entre os quais se encontra este colunista, que estudou para ser padre redentorista e que encontrou no cristianismo espírita apoio para continuar sendo um cristão sincero, a exemplo do que tem acontecido com muitos padres e pastores pelo mundo afora.
Mas respeito e admiro muito as cerimônias e a sinceridade dos fiéis da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa Oriental (a religião do Putin, que é a maior da Rússia e do Oriente Médio), da Igreja Copta, das igrejas protestantes, evangélicas e outras cristãs e não cristãs, pois todas têm um grande valor para os seus adeptos de todos os tempos e para Deus, que não discrimina nenhuma delas.
Deus é amor (1 João 4: 8). Também Isaías (49: 15), falando sobre Deus, diz: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esquecerei nunca”.
(Para saber mais: “Matar Nossos Deuses: Em que Deus Acreditar?”, do padre espanhol José María Mardones, Editora Ave Maria. Mardones não é um padreco qualquer, pois, como professor de teologia, foi convidado para eventos de várias universidades da Europa e das Américas.)
Os cristãos que, com radicalismo, promovem o Deus opressor, justiceiro e vingativo, de algum modo, estão tentando ressuscitar o zoroastrismo (masdeísmo) e o maniqueísmo, que admitem o Deus do bem, Criador, do amor e da luz, mas admitem também o deus do mal, opressor, da vingança, da morte e das trevas, o que é politeísmo…