Esta coluna é em atenção a alguns leitores de O TEMPO que me pediram para fazer outro artigo sobre Javé, pois é um assunto muito confuso. E mais confuso, ainda, depois de eu ter apresentado a hipótese sui generis de que Jesus poderia ser a reencarnação de Javé que, para muitos, é Deus, mas que,x para muitos outros, também, não é, pois Ele tem imperfeições humanas e ser, pois, muito diferente do Deus que Jesus, os apóstolos e os evangelhos ensinam.
De fato, eu mesmo, a princípio, fiquei meio incomodado com a ideia intuitiva que tive da hipótese de que Jesus poderia ser reencarnação de Javé, pois que Ele só poderia mesmo ser um ser humano. Esse nome Javé é genérico. Vários personagens bíblicos foram tidos como sendo Javé. Então, Jesus seria reencarnação de um deles…
Nenhum teólogo cristão das primeiras gerações do cristianismo, da Idade Média, Moderna e de nossos dias atuais, falou nessa minha hipótese. Mas isso não é novidade, pois, de um modo geral, os teólogos cristãos sempre combateram o “fenômeno” da reencarnação, como estão preferindo dizer os cientistas atuais pesquisadores das vidas sucessivas do espírito imortal, em vez de dizerem “doutrina” da reencarnação, para ela não se caracterizar somente como uma “doutrina religiosa”, mas também como teoria ou fenômeno científico da reencarnação.
Realmente, ao contrário de Javé, o Deus de Jesus é tão amoroso que Jesus diz ser Ele Pai Dele e de todos nós, mas é claro, é figurado, mostrando apenas o quanto Deus Pai é amoroso com Jesus e todos nós… E quando se diz que Jesus é Filho único de Deus quer dizer o único já perfeito, o que acontecerá conosco, durante nossa evolução, no longínquo futuro, quando conhecermos a verdade libertadora de erros de doutrinas que, por enquanto, até nos colocam na condição de escravos…
Dizem muitos que Jesus se encarnou, ou seja, tomou a espécie humana, Ele que conforme declarou o Concílio Ecumênico de Niceia em 325, é também Deus. O corpo em que se “encarna” (primeira vez na carne) ou “reencarna” (segunda vez e outras futuras na carne), pois o espírito humano é imortal e precisa depurar-se e evoluir na carne com um corpo sempre novo que vem do pó e volta para o pó, servindo ao espírito, temporariamente, como uma veste da qual se serve também para acertar suas contas no mundo material, pois, como diz o adágio popular: “Aqui se faz, aqui se paga” e Mateus 5:2: “ninguém deixará de pagar tudo até o último ceitil”. E a Igreja Católica diz hoje que ela não sabe onde fica o Purgatório, o que reforça a verdade do citado adágio popular e da reencarnação de um espírito de um personagem bíblico tido como sendo supostamente Javé em Jesus…