“O verdadeiro crítico deve afastar-se das ideias preconcebidas, despojar-se de qualquer preconceito pois do contrário julgará de seu ponto de vista, que talvez, nem seja justo.” (ALLAN KARDEC)
Tomando de três momentos temos condições de apresentar aos desinformados o verdadeiro pensamento de Allan Kardec (1804-1869), esperando que sejam honestos o suficiente para mudar o conceito de racista que fazem dele:
1º) Aos 24 anos:
Certamente, não está no meu pensamento, nem nos meus princípios, desprezar ninguém, e menos ainda de rebaixar o nascimento de quem quer que seja, pois nenhuma classe tem o privilégio exclusivo de dar à sociedade homens estimáveis; minha observação não aponta pois para a condição em si mesma, mas para o vazio que esta condição pode deixar no professor, se este não puder preenchê-lo por si mesmo. (1) (grifo nosso)
2º) Aos 57 anos:
porque o Espiritismo, restituindo ao Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre as quais só o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos da cor. […]. (2) (grifo nosso)
3º) Aos 64 anos:
Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade. (3) (grifo nosso)
Eis aí, nessas três transcrições, o verdadeiro pensamento de Allan Kardec, fora disso é o que se denomina de anacronismo, erro crasso sempre cometido pelos desinformados, bem como pelos fanáticos.
1 INCONTRI e GRZYBOWSK, Kardec Educador – Textos pedagógicos, p. 66.
2 KARDEC, Revista Espírita 1861, p. 297.