Análise de crenças cristãs com o devido respeito

Trindade, transubstanciação e predestinação

O judaísmo, a religião de Jesus, é baseado num só Deus. O cristianismo, também, se baseia num só Deus, mas trino, ou seja, com três aspectos de Pai e do Filho muito especial Jesus Cristo, tido até, às vezes, como sendo Filho Único, mas é, também, Pai de todos nós seres humanos, como Jesus nos ensinou.

Mas a Santíssima Trindade complicou o Deus único cristão, porque os citados três aspectos do Deus trino foram transformados em três pessoas divinas ou três deuses com poderes divinos para cada uma. Isso provocou uma grande e histórica reação do monoteísmo do judaísmo e do islamismo. Os teólogos cristãos justificaram essa confusão como sendo um mistério de Deus, quando na verdade, é um mistério deles mesmos, pois, foram eles que o criaram! E, assim, isso se torna num dos problemas mais complexos para o crescimento do cristianismo e, inclusive, muitos da civilização cristã abandonam-no, passando para outras religiões e, inclusive, com uns até se tornando ateus.

Outra questão difícil como crença é a transubstanciação na missa, isto é, a transformação da hóstia no corpo real de Jesus Cristo que, depois de consagrada, examinada em laboratório e pelos nossos sentidos, fica provado que continua hóstia normal, como era antes de ser consagrada. E o que estamos dizendo aqui sobre a hóstia consagrada vale, também, para o vinho consagrado. Os protestantes não aceitam a transubstanciação, mas a consubstanciação, segundo a qual, depois de consagrados a hóstia ou o pão e o vinho, eles representam, figuradamente, o corpo e o sangue de Jesus. Seria hipócrita ou mentiroso quem dissesse o contrário? Que os teólogos deem resposta a essa pergunta!

No cristianismo temos mais uma outra crença, também, complicada, ou seja, a predestinação dos protestantes seguidores de Calvino. Ela ensina que já estão determinados por Deus os que serão salvos e os que serão condenados, desde de todas as eternidades. Então, para que ter religião? Para que Jesus veio ao nosso mundo trazer-nos o mais perfeito código de moral que existe, que é o seu Evangelho que, se for praticado, nos salvará ou libertará?

Deus é onisciente, conhecendo bem o passado e o futuro, como se fosse para Ele o presente. E como acontece com todos os seus atributos de perfeição, Seu amor infinito para com seus filhos não permitiria que Ele criasse um só se quer de seus filhos para uma condenação de sofrimentos por todas as eternidades. E creio mesmo que atribuir essa incongruência a Deus parece até uma blasfêmia!

Não tenho interesse de prejudicar nenhuma igreja. Se demonstrei uns de seus erros é somente para contribuir com a sua correção!

Artigo publicado no jornal O Tempo em 17/03/2025
PS: (*) Com este colunista “Presença Espírita na Bíblia” na TV Mundo Maior. Palestras e entrevistas em TVs no YouTube e Facebook. Seus livros estão também na Amazon, inclusive, os em Inglês. E a tradução da Bíblia, NT. Contato Cássia e Cléia contato@editorachicoxavier.com.br

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.

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