Os teólogos da Igreja do alvorecer do cristianismo eram muito virtuosos e defendiam de boa-fé e com a maior sinceridade suas doutrinas, mas, por serem ainda imaturos ou pouco evoluídos no conhecimento doutrinário verdadeiramente bíblico e cristão, cometeram alguns erros em suas doutrinas. Aliás, alguns dos ensinos, por serem contestados por outros teólogos, a Igreja oficial, ou seja, a que seguia o bispo de Roma, teve que os transformar em dogmas.
Os teólogos de hoje, mais evoluídos no conhecimento da Bíblia e de Deus, pela lógica, têm mais conhecimentos do que os antigos. E é óbvio que os modernos é que estão corretos e, pois, devem ser seguidos de acordo com a evolução que não para em todas as áreas do conhecimento, seja ele científico, filosófico ou religioso.
Temos que ter cuidado com as interpretações bíblicas literais e, principalmente, com o abuso das figuradas, pois as polêmicas religiosas bíblicas, geralmente, são por causa das interpretações da Bíblia, ora, literais quando não devem ser, tornando-se, pois, erradas, ora alegóricas exageradas e, às vezes, até abusivas, gerando intermináveis polêmicas.
E vamos ao assunto principal desta coluna de hoje em O TEMPO. Assunto este que não tem nada de polêmico para quem estuda em profundidade a Bíblia e a segue. Por isso, respeitosamente, chamo a atenção dos padres e pastores, pois o que vamos dizer é bíblico, e, no entanto, o que eles e seus colegas do passado ensinam não é de acordo com a Bíblia.
Eles ensinam que os anjos e demônios são de outra categoria de espíritos não humana. Isso me fez aceitar o espiritismo, embora eu continue amando a Igreja. Eis alguns exemplos em que fica claro que, realmente, anjos e demônios são nossos irmãos, os primeiros são espíritos já superevoluídos, enquanto os últimos são espíritos ainda muito atrasados na prática do amor e da moral.
“Daimon” é espírito humano
No Novo Testamento em grego, “daimon” (plural “daimones”) é espírito humano, lembrando que eles são imortais, inteligentes e dotados de livre-arbítrio, podendo, pois, evoluir quando quiserem ou não, com sua própria vontade.
Quando São Pedro foi libertado da prisão, ele foi para a casa de Maria, mãe de João. O pessoal da casa, a princípio, entendeu que ele era o seu ‘anjo’ – espírito – de Pedro (atos 12: 15). Perguntamos: Alguém pode negar que o anjo de Pedro é seu espírito humano?
Outro exemplo, o Anjo Rafael do Livro de Tobias identificou-se como sendo o Azarias, filho do grande Ananias, amigo do Tobias, o pai (Tobias 5: 13). Dispensam-se comentários para provarem que o Anjo Rafael era também um espírito humano…