O que aprendemos pelos teólogos antigos sobre os anjos e os “daimones” bons e maus na nossa cultura bíblica judaico-cristã está errado. Em tempos diferentes, eles são nós mesmos, o que não é uma doutrina somente espírita.
É isso que vamos tentar demonstrar nesta coluna de hoje e que é uma das provas contundentes de que há mesmo erros graves no cristianismo que precisam ser corrigidos com urgência, pois muito o prejudicam entre os que estudam a Bíblia com a devida atenção e, principalmente, de modo racional.
Aliás, como tenho dito muito, ela não é a palavra de Deus, mas de homens sobre Deus.
Não é, por acaso, que os anjos e os demônios (em grego“ daimones” e no singular “daimon”) são apresentados a nós com alguns apetrechos, mas sempre com a forma humana. Isso pois são mesmo espíritos humanos e não de outra espécie, como muitos cristãos e judeus pensam em consequência, como já foi dito, do ensino errado dos teólogos antigos com a interpretação também errada da Bíblia e até mesmo de erros dos que a escreveram.
Sem querer entrar na polêmica do criacionismo bíblico e no evolucionismo científico, pois no assunto desta coluna de hoje em O TEMPO digo que se pode aceitar, normalmente, as duas teorias do criacionismo bíblico e a do evolucionismo científico, já que a evolução (progresso) é um fato normal para as duas hipóteses.
Retomemos, então, o assunto principal desta coluna sobre a verdade de que os anjos e os chamados demônios não são de outra espécie de espíritos não humana. Dizendo de outro modo, os “daimones”, ou seja, os espíritos humanos do Novo e Velho Testamentos, em tempos diferentes, ora são anjos bons, ora são anjos maus, lembrando que anjo (“aggelos” em grego) quer dizer em português ‘mensageiro’ ou ‘enviado’. Portanto, é um espírito humano em missão de enviado ou mensageiro ao nosso planeta Terra. Jesus é o Enviado número um, chamado de Enviado de Deus, na verdade, da Espiritualidade Maior.
Sobre o ensino errado dos teólogos antigos sobre os anjos e os demônios – que repetimos, são espíritos humanos e que podem, pois, ser bons ou maus –, se deve ao fato de aqueles teólogos pensarem, erradamente, que o mundo tivesse sido criado somente (4.000 anos antes ou 6.000 hoje), pela interpretação literal errada da Bíblia. Esse erro levou-os a pensarem que os espíritos angélicos foram criados junto com o mundo. Assim, eles não tinham tido tempo suficiente para evoluírem, tornando-se anjos.
Na verdade, o mundo já era bem velho, e os anjos junto com ele já existiam, também, pois são espíritos (almas) imortais, desde remotas eternidades, podendo eles, inclusive, ser até procedentes de outros mundos.