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As aparições de espíritos e os agêneres

Os agêneres são espíritos encarnados e desencarnados que aparecem, podendo eles, inclusive, ser materializados e palpáveis. Esse fenômeno é chamado também pelo espiritismo de “emancipação”, pela Igreja Católica de “bilocação”, fenômeno que aconteceu com alguns santos católicos, sendo os mais conhecidos os ocorridos com santo Antônio de Pádua e santo Afonso Maria de Ligório.

Os cientistas de Prêmio Nobel de física e química William Croques e Charles Riches e outros, também famosos, como o russo Acasakov, comprovaram a realidade desse fenômeno, chamado também de “viagem astral”.

Geralmente, os agêneres são fenômenos rápidos, mas há exceções. O sacerdote Melquisedeque, da Bíblia, sem genealogia, sem pai e sem mãe, seria um agênere? Mas vamos tratar é do anjo Rafael, sem dúvida nenhuma um agênere, do Livro de Tobias da Bíblia Católica.

Porém, antes de entrarmos no assunto, queremos deixar claro que, para a doutrina espírita, na sua parte científica, e para a Bíblia, os anjos, “aggelos” em grego, significam espíritos humanos enviados. E os demônios, “daimones” em grego, são também espíritos humanos apenas atrasados, e não de outra categoria. Daí que até se diz “anjos bons” e “anjos maus”. O que os diferencia, pois, é o nível de evolução. Aliás, Deus não criaria espíritos de categoria má; eles, por serem imortais, vão se tornar anjos no decorrer das eternidades, como já ensinava o grande iluminado teólogo do cristianismo primitivo Orígenes, com sua tese “Apokatastase”.

A Igreja Católica aceita esse fenômeno de agêneres com o nome de “bilocação”, mas de modo incompleto e confuso, por ela ter uma visão errada dos espíritos humanos já anjos (superevoluídos ou superadiantados) e os ainda muito atrasados, que ela e uma tradição cristã passaram a chamar de “demônios”. Numa visão espírita, bíblica e científica, geralmente, os fenômenos de agêneres são aparições rápidas de espíritos desencarnados ou encarnados. Mas há exceções. E, assim, por exemplo, a história do Livro de Tobias fica fantasiosa e, pois, sem crédito, uma vez que o Anjo Rafael é um agênere. Ele curou de uma cegueira o Tobias pai e acompanhou o Tobias filho numa longa e importante viagem, além de ajeitar para ele o casamento com Sara.

Mas os teólogos cristãos, querendo explicar o Livro de Tobias, com sua visão antiga e errada de anjos e demônios, transformam esse livro numa história que parece ser da carochinha… Aliás, os protestantes até consideram esse livro apócrifo, o qual não consta, pois, da Bíblia Protestante.

E eis uma prova inquestionável dada pelo próprio anjo Rafael de que ele era um agênere, ao identificar-se para o Tobias pai, em Tobias 5: 13: “Eu sou o Azarias, filho do grande Ananias, um dos teus irmãos”.

Artigo publicado no jornal O Tempo em 04/07/2022
PS: Com este colunista: “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior”, e tradução do Novo Testamento completo, Ed. Chico Xavier, (31) 3635-2585 Cássia e Cléia. contato@editorachicoxavier.com.br
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.