“Não há pedras que caem do céu, porque não céu não existem pedras.” (LAVOISIER)
“O nosso objetivo não é convencer incrédulos, se não se convencem pelos fatos, menos o fariam pelo raciocínio: seria perdermos o nosso tempo.” (ALLAN KARDEC)
Introdução
Esse é um tema que causa longos e intermináveis debates entre os espíritas, pois alguns confrades de forma alguma admitem a existência de construções no mundo espiritual, alegando que “Allan Kardec não disse nada sobre isso”, como se coubesse somente a ele o detalhamento que evidencia as nuances de cada um dos princípios doutrinários.
Ainda que nada pudéssemos encontrar de específico nas obras da Codificação, acreditamos que na mensagem de Mesmer intitulada “Sobre as criações fluídicas”, registrada na Revista Espírita 1865, abre-se espaço para a realidade delas. Destacamos o seguinte trecho:
Sim, os objetos procriados instantaneamente pela vontade, que é o mais rico dom do Espírito, são hauridos nos fluidos semimateriais do corpo chamado perispírito, dos habitantes da erraticidade. Eis porque, com esses elementos, podem criar objetos segundo seu desejo.
O mundo dos invisíveis é como o vosso; em lugar de ser material e grosseiro, é fluídico, etéreo, da natureza do perispírito, que é o verdadeiro corpo do Espírito, haurido nesses meios moleculares, como o vosso se forma de coisas mais palpáveis, tangíveis, materiais.
O mundo dos Espíritos não é o reflexo do vosso; é o vosso que é uma grosseira e muito imperfeita imagem do reino de além-túmulo. (1) (itálico do original, negrito nosso)
Ou seja, nas construções do mundo espiritual é utilizada a matéria fluídica própria desse plano, tal e qual nós encarnados usamos a matéria grosseira para as que elaboramos no plano terreno.
A nosso ver, dentro do contexto, a informação de que “O mundo dos Espíritos não é o reflexo do vosso; é o vosso que é uma grosseira e muito imperfeita imagem do reino do além-túmulo”, o Espírito Mesmer está afirmando de forma simbólica sobre a realidade das construções no mundo espiritual.
1 KARDEC, Revista Espírita 1865, IDE, p. 160.
Paulo Neto