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As irmãs siamesas na ótica Espírita

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No final do ano de 1.996, os noticiários nacionais e internacionais, via TV, rádio, revistas e jornais, deram ênfase ao caso de Abigail e Brittany, crianças norte-americanas, que nasceram ligadas pelo tórax, fato que se dá o nome de siamesas. Possuem vários órgãos individuais e outros que são comuns às duas. Mas o que tem realmente comovido as pessoas é a perfeita coordenação entre as duas para realizar movimentos e atividades próprias das crianças. Nota-se que existe um grande amor recíproco, o que tem como consequência a harmonia e integração naquilo que cada uma precisa fazer com a ajuda da outra.

Agora em julho/2003, nos aparece o caso das siamesas iranianas Laleh e Ladan Bijani, de 29 anos, ligadas pela cabeça. Ao contrário das anteriores, essas duas parecem não suportar uma à outra, pois decidiram passar por uma intervenção cirúrgica de alto rico buscando a separação definitiva. Entretanto, ao que tudo indica os planos de Deus para as duas não eram o que elas queriam, pois vieram a falecer durante a cirurgia a que se submeteram apesar de saberem que a chance de êxito era muito pouca.

A medicina explica o caso dando-lhe a causa, sem, entretanto responder o porquê. As religiões atribuem a Deus a origem do fato, sem que encontrem uma explicação apoiada na justiça divina. Somente a iremos encontrá-la nos princípios básicos da Doutrina Espírita, que revela as Leis Divinas da reencarnação e a de causa e efeito como base para entendermos esta situação.

Sabemos que temos opositores sistemáticos a estes princípios, no entanto compreendemos ser apenas uma questão geográfica. Isto mesmo: questão geográfica, pois se estas pessoas tivessem nascido em regiões que os têm como fundamentos de seus princípios religiosos os estariam defendendo com “unhas e dentes”.

Assim podemos dizer que existe uma enorme possibilidade destas crianças terem sido grandes inimigas em vidas anteriores, onde o ódio imperava nos seus sentimentos e que o relacionamento entre elas acabava, quase sempre, com uma matando a outra e que a justiça divina encontra, nessa situação de siamesas, a alternativa de colocá-las num só corpo a fim de que, necessitando uma da ajuda da outra para viver e desenvolver suas atividades normais da vida humana pudessem iniciar entre si o sentimento de amor, única forma de destruir o ódio existente entre elas. Na cooperação e ajuda que devem ter uma para com a outra, já que cada uma depende da outra é ascendida a chama do amor, parcela divina em nós, até que se acabe todo e qualquer sentimento de ódio, rancor ou desejo de vingança.

Como também Deus nós dá o livre-arbítrio, usando dele as duas primeiras conseguiram resolver suas desavenças, fato que não aconteceu com as duas outras. Cada uma está sofrendo as consequências de seus próprios atos, situação em que a justiça divina também aproveita para que outras pessoas envolvidas como pai, mãe, irmãos e outras, resgatem igualmente seus compromissos com suas leis. “A cada um segundo suas obras” (Mt 16,27), disse-nos o Mestre Jesus. É bem mais justo dar uma nova oportunidade (nova vida com sofrimento temporário) do que colocar alguém no sofrimento eterno (inferno), não é mesmo?

Por outro lado, poderíamos pensar que Deus deveria nos perdoar pelo mal que fizemos, apoiados em nosso falso senso de justiça. Entretanto, em uma situação em que uma pessoa mata a outra nós achamos justo o juiz não condená-la à prisão? Ora, por que nesse caso não usamos o mesmo raciocínio anterior, ou seja, dizendo que o juiz deveria perdoar o criminoso? Pura incoerência do ser humano, que não alcançando a justiça divina, deixa de aceitar princípios que na realidade, O colocaria em posição mais elevada, e passaríamos a entender Deus muito mais justo, sem mistérios ou reticências para aceitar sua justiça.

Jul/2003

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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