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Bíblia de Jerusalém e obras mediúnicas da FEB

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O assunto deste texto já foi abordado, parcialmente, em outras colunas. A Federação Espírita Brasileira (FEB) lançou recentemente uma coleção de livros do Espírito Emmanuel, pela psicografia do grande médium Chico Xavier. É uma fantástica obra rica de citações dos Evangelhos e de outros livros do Novo Testamento, mas de acordo com a linguagem das traduções novas bíblicas e a Bíblia de Jerusalém, não, pois, conforme as traduções antigas muito comuns na época em que essas obras foram psicografadas.

E a FEB usou esses textos seguindo a linguagem da Bíblia de Jerusalém que, por sua vez, geralmente, segue o vocabulário e o estilo literário das novas traduções bíblicas, o que destoa do linguajar original de Emmanuel e que, inclusive, desagradava a Chico Xavier.

Os espíritas, em massa, estão contra essa mudança das traduções antigas bíblicas para as novas adotadas pela Bíblia de Jerusalém e a FEB na referida obra de Emmanuel, pois, na verdade, com o pretexto de usarem uma linguagem moderna, as traduções bíblicas novas procuram ocultar as ideias contrárias a dogmas, ao espiritismo e à reencarnação, o que temos demonstrado à saciedade nas matérias desta minha coluna. Eis um exemplo de mudança de sentido de um texto das obras de Emmanuel na tradução da FEB, embora ela não seja contra o espiritismo. Trata-se da troca do vocábulo “providência” por “procedência”. O primeiro é uma palavra teológica que significa “a ação com a qual Deus conserva e governa o mundo”. A segunda significa “origem, o local donde procede alguém ou alguma coisa”. Não entendemos por que foi feita essa troca de palavras que confunde o sentido do texto de Emmanuel.

Renomados sábios palestrantes e escritores espíritas de várias áreas culturais, científicas e profissionais do Brasil e Portugal têm se manifestado contra essa tradução das obras de Emmanuel pela FEB. Eis alguns deles de que estou me lembrando agora: Carlos Bacceli, Geraldo Guimarães, Jairo Avelar, Fernando Peron (criador e apresentador do programa “Saber e Mudar”), Fernando Henrique Toledo Werneck, Eduardo Máximo, Antônio Roberto Fontana, João Batista de Castro Jr, juiz federal da Bahia e doutor em linguística (para saber mais, acesse esses nomes na internet).

Todas as religiões têm seus momentos passageiros de polêmicas filosófico-teológicas. O cristianismo é um exemplo disso. E tal fato só não é normal se e quando a corrente mais poderosa se impuser pela força, e não pela lógica, a razão e o bom senso.

E é Paulo quem diz, em 1 Coríntios 11: 19, que é até bom que haja heresias entre vós, para que os comprovados de virtude se manifestem a vós. Também a FEB e os espíritas vão acabar se entendendo. E é isso que desejamos!

Artigo publicado no jornal O Tempo em 30/11/2020
1) Tradução deste colunista do Novo Testamento completo, contato@editorachicoxavier.com.br (31) 3635- 2585; e
2) Entrevista de José Reis Chaves sobre a reencarnação em “Espiritismo Belo Horizonte”, no YouTube.

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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