“As ideias prematuras costumam malograr porque as criaturas não estão maduras para as compreenderem, nem sentem por ora a necessidade de uma mudança de posição.” (ALLAN KARDEC)
Introdução
A existência ou não das colônias espirituais é tema que continua levantando acirradas discussões entre os espíritas. Boa parte dos seus opositores tem como fundamento a questão 1012 de O Livro dos Espíritos em cuja resposta os Espíritos superiores afirmaram que não há lugares circunscritos. Segundo o dicionário Michaelis, o vocábulo circunscrito tem o significado de: “Que tem limites claramente determinados; demarcado, localizado, situado” (1).
O problema é que o fato de não se levar em conta o contexto da resposta, como anda acontecendo, inevitavelmente produz uma interpretação equivocada da resposta. Chamamos a sua atenção, caro leitor, para o título do tópico “Paraíso, inferno, purgatório. Paraíso” do cap. II – Penas e gozos futuros, do Livro Quarto, onde está inserida a seguinte pergunta: “1012. Haverá no Universo lugares circunscritos para as penas e gozos dos Espíritos, segundo seu merecimento?” (grifo nosso)
Um estudioso mais atento perceberá que o questionamento é quanto a lugares para as penas e gozos dos Espíritos, ou seja, a respeito da crença comum nas tradicionais religiões cristãs sobre a existência do “céu” e do “inferno” como locais circunscritos para os quais iremos após o desencarne. Por conseguinte, não há absolutamente nada contra colônias ou construções no plano espiritual.
Encontramos também alguns confrades que alegam não existir nada sobre as colônias espirituais nas obras da Codificação espírita. Aqui temos que ponderar que não podemos ter o mesmo tipo de comportamento que o bibliólatra quanto à Bíblia, ou seja, se nela “não fala” não existe.