Conforme tu creste

Alguém disse – não sei quem – que o mundo vive em função de dinheiro, sexo e religião. Mas a busca desenfreada dessas três coisas é um mal para a sociedade e para o próprio indivíduo. Podemos desfrutar delas, mas não podemos ser escravos delas.

Vamos tratar de religiões. As doutrinas secundárias é que as dividem. Os fundamentos de suas doutrinas são semelhantes. E vamos aos exemplos. Cristianismo: “Tudo quanto queres que os outros façam para ti, faze-o também para eles”.

Islamismo: “Ninguém pode ser um crente até que ame o seu irmão como a si mesmo”. Judaísmo: “Não faças ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso.” Hinduísmo: “Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor.” Espiritismo: “Fora da caridade não há salvação”.

Toda religião tem seus fiéis de muita fé e os de pouca fé. Todas possuem seus terroristas, senão de ações, pelo menos de palavras e de ondas mentais negativas contra os adeptos de outras crenças.

E há quem defenda ferrenhamente a sua religião, porque ela é o que existe de mais caro ao seu orgulho, ao seu ego! Daí ensinou Jesus: “Nem todo aquele que diz Senhor, Senhor, entra no reino dos céus!” E Ele nos recomendou não julgar, e diríamos, mormente em se tratando de religião.

O Profeta Maomé é querido dos islâmicos como Jesus o é dos cristãos. Portanto, usar da mídia para desrespeitar a Maomé e aos demais personagens e símbolos sagrados inerentes a ele e ao Islamismo é abusar da nossa liberdade democrática.

A religião é algo sagrado para uma pessoa, pelo que é equiparável a um direito humano dela. Sejamos, pois, prudentes para não ironizarmos qualquer que seja a religião, principalmente na mídia, quando a ofensa religiosa tem um efeito maior.

É um erro qualquer radicalismo religioso, principalmente quando ele leva às ações terroristas. Porém admiramos a convicção religiosa muçulmana – embora seja de uma minoria -, pois entre nós cristãos não encontramos hoje exemplos de uma fé assim de tal modo fervorosa e defendida à custa de vidas humanas e até da própria vida, mas que, infelizmente, não deixa de ser também uma coisa perigosa para o mundo. E, com efeito, tudo isso nos faz lembrar do que disse Jesus: Seja te dado conforme tu creste!

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.