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Controvérsias sobre o Espírito Santo

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Uma questão que prejudica muito o cristianismo é que quase tudo que os teólogos afirmam é mistério. Não gosto de ver o cristianismo caracterizado como sendo a “religião dos mistérios”, pois mistério para mim é outra maneira de dizer que a doutrina é insustentável.

O Espírito Santo só foi instituído oficialmente no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), ao qual a Bíblia foi adaptada. E a sua teologia foi bem montada por stº Agostinho e stº Tomás de Aquino. Lingüística, semântica e etimologicamente falando, em alemão “heilig” (santo) é um termo derivado de “heil” (total). E, em inglês, “holy” (santo) vem de “whole” (total). É o Jesuíta Huberto Rohden (“O Sermão da Montanha”, pág. 136, Ed. Martin Claret, São Paulo, SP), quem nos mostra essas derivações.

E para Rohden – como o demonstrei também na minha coluna anterior -, “total” na etimologia das duas palavras alemã e inglesa significa “universal”, porque o homem total, santo, por estar numa sintonia total com Deus e o universo, é universal.

E o espírito humano, por ser derivado de Deus, é santo por natureza, embora ainda o seja só em estado potencial ou de semente. Daí que, no hebraico do Velho Testamento, temos “Ruach ha Kodesh” (Espírito do Santo) e no grego do Novo Testamento, “Pneuma Hagion” (Espírito Santo ou Santo Espírito).

O sentido dessa expressão é o Espírito do Santo (homem e não Deus) ou o Espírito Santo do homem. “Farei levantar-se entre vós um homem de um Espírito Santo chamado Daniel” (Daniel 13,45, da Bíblia Católica, pois a protestantes vai só até o capítulo 12).

Também são Paulo, que ainda não conhecia o Espírito Santo trinitário, disse: “Nós somos templos de um Espírito Santo”. Os tradutores colocaram o artigo definido “o” em vez do indefinido “um”, para se entender o Espírito Santo da Trindade (nosso livro “A Face Oculta das Religiões”, capítulo 7, EBM Ed., Santo André, SP).

O Espiritismo não nega o Espírito Santo, apenas O interpreta como sendo o conjunto de todos os espíritos, ou seja, de conformidade com o sentido original bíblico. Que o Pai, eu e vocês (o Espírito Santo) sejamos todos um, ensinou o Mestre!

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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