“Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte de meu Pai, o Espírito de Verdade… dará testemunho de mim” (São João 15,26). “Mas o Consolador, o Espírito Santo (no original grego:“tò Pneuma, tò Háguion”, o Espírito, o Puro), a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que os tenho dito” (São João 14, 26).
Como se vê, na Bíblia não se trata de Jesus. Para os espíritas, o Consolador é a Doutrina Espírita. Mas só por nos mostrar que somos imortais, todo espírito manifestante é também um consolador. E o Espírito de Verdade, além de ter coordenado os espíritos da Codificação Espírita, para mim continua coordenando igualmente todos os espíritos manifestantes. São Jerônimo traduziu o substantivo grego “Háguion” (Espírito) para a Vulgata pelo adjetivo latino “sanctus” (santo), a fim de adaptá-lo ao dogma do Espírito Santo.
A frase: “vos ensinará tudo” quer dizer que o restante do ensino de Jesus havia ficado para as futuras reencarnações dos discípulos. E Pentecostes foi uma manifestação de espíritos em línguas estrangeiras (xenoglossia) entendidas pelos presentes que as falavam. Mas isso não os fez lembrar-se das coisas ditas e prometidas por Jesus.
Se tal tivesse ocorrido, os apóstolos o teriam dito. Os teólogos contradizem isso. Perguntolhes, pois, quais são essas coisas que teriam sido ensinadas em Pentecostes? Já o espírito coordenador da Codificação Espírita, cujos ensinos lembram os de Jesus, disse a Kardec ser o Espírito de Verdade, que se deduz ser o próprio Jesus.
E o espiritismo, não tendo rituais, realiza a profecia do Mestre à samaritana, à beira do Poço de Jacó (João 4,23), de que vem a hora, e já chegou, da adoração a Deus em espírito e verdade!