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Elias e o Precursor

O profeta Elias, o Tesbita, viveu na época do rei Acabe e Jezebel, cerca de 8 séculos a.C. Desapareceu numa nave de fogo (disco voador?) subindo para o espaço, segundo seu discípulo e sucessor Eliseu, pelo que uns acham que Elias não desencarnou. Mas para a Bíblia ninguém escapa da morte: “Porque tu és pó e ao pó retornarás.” (Gênesis 3,19). Ademais, “Carne e sangue não podem herdar o reino dos céus” (1 Coríntios 15,50).

Veremos, nesta matéria, que João Batista, o Precursor, é a reencarnação de Elias. E essa palavra só foi criada por Kardec na segunda metade do século 19. Por isso, jamais poderia estar na Bíblia, na qual aparece, porém, com o nome de ressurreição (“palingenesia”), ação de ressurgir ou surgir de novo. Na Antigüidade usava-se também o termo renascimento. Muitos judeus acreditavam na metempsicose (ressurreição do espírito em corpos de animais e em plantas).

Daí São Paulo ter dito que as carnes não podem se misturar (1 Coríntios l5,39). O espírito humano pode vir como animal, isto é, com inteligência de um animal, mas sempre em um corpo humano, como o ensinam o Espiritismo e uma boa parte do Budismo moderno. Com essa questão das carnes, Paulo só poderia estar chamando-nos a atenção para a ressurreição (reencarnação) do espírito humano na carne humana, pois em outras passagens, ele e outros autores bíblicos sempre ensinam que a ressurreição é do espírito: “Temos um corpo da natureza e outro espiritual.

Ressuscita o corpo espiritual(1 Coríntios 15,44). A conhecida ressurreição da carne não é da Bíblia, mas do Credo. Há 3 tipos de ressurreições do espírito: no mundo espiritual, após a morte do corpo, nos corpos humanos que nascem (reencarnação) e aquela no mundo espiritual, em definitivo, no final dos tempos.

Paulo disse que o homem morre uma vez só (Hebreus 9, 27). Mas ele se referiu ao homem fenomênico (corpo da natureza), e jamais ao espírito (corpo espiritual) que é imortal. Para o povo judeu, o Batista era a ressurreição (reencarnação) de um dos profetas: Elias, Jeremias etc. (Mateus 13, 16 e 14).

E João negou que fosse o Elias. Mas Jesus o contradisse, quando, de certa feita, falando sobre Elias, os discípulos entenderam que se tratava de João Batista (Mateus 17, 13). E de outra vez, disse do Precursor: “E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias que estava para vir.

Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” (Mateus 11, 14 e 15). O Papa São Gregório Magno (590 a 604) proclamou também que o Batista foi reencarnação de Elias (Homilia 7, “In Evangelio”, Patol. Lat., vol.76, Col. 1.100). Malaquias 4,5 cita também Elias como sendo o Precursor, confirmando o que Jesus disse em Mateus 11,14 e 15. E eis mais um exemplo de reencarnação, entre muitos que, há na Bíblia : “Somos de ontem, e, nada sabemos.” (Jó, 8,9)!

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.