Sm, há fake news nas traduções bíblicas. E elas podem, também, aparecer na mídia, enganando, assim, muita gente, oralmente e por escrito.
O grande biblista americano Bart D. Ehrman, autor de “O Que Jesus Disse? O Que Jesus Não Disse? – Quem Mudou a Bíblia e Por Quê”, diz que ela tem cerca de 400 mil alterações. E sabemos que isso aconteceu mais com as traduções, ora por distração, ora intencionalmente.
E, entre vários exemplos de erros ou de fake News nas traduções da Bíblia, vamos ver um apontado pelo ex-padre Carlos Pastorino, doutor em Bíblia em Roma, catedrático de grego da UFB, e que está na sua fantástica obra de oito volumes, “Sabedoria do Evangelho”, no sexto volume, pág. 111. Os professores de padres e pastores deveriam estudar essa obra, pois ficarão perplexos diante da fascinante sabedoria de Pastorino, que é, sem dúvida nenhuma, um dos maiores conhecedores de todos os tempos da Bíblia e da história do cristianismo.
Com seu conhecimento etimológico e linguístico do vocabulário grego, Pastorino demonstra, com maestria, que a palavra grega “palingenesia” (reencarnação, renascimento, retorno da alma à vida corpórea terrena) foi traduzida erradamente por “regeneração”, em Mateus 19: 28, e Tito 3: 5, o que não é surpreendente, pois os tradutores eram padres e pastores… A reencarnação foi retirada do cristianismo pelo Imperador Justiniano, no II Concílio Ecumênico da Igreja em Constantinopla, em 553, convocado e dirigido por ele à revelia da vontade do papa Virgílio.
E os tradutores truncaram também os dois textos citados, para eles ficarem igualmente de acordo com a “troca” do significado verdadeiro da palavra grega “palingenesia” pela errada de “regeneração” (veja “palingenesia” nos dicionários de português, pois ela tem a mesma forma em português). Essa falsificação prova que palingenesia é mesmo reencarnação… Os dois textos em grego têm o sentido correto assim: “A regeneração do espírito santo ou alma pela vivência do Evangelho durante o período da palingenesia”. Realmente, é ele que tem que evoluir, lavando-se e regenerando-se, até que ele consiga passar pela “porta estreita”.
Se fosse o Espírito Santo dogmático da Terceira Pessoa que nos regenerasse, não seriam necessárias as reencarnações para nos lavarmos, regenerando-nos, com a vivência do Evangelho. Aliás, o Espírito Santo Trinitário dogmático, que respeitamos, ainda não tinha sido instituído pelos teólogos trinitaristas, quando Jesus e Paulo fizeram esse ensinamento (mais detalhes em meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, lançado também em Inglês nos EUA, e está na Amazon: “Reincarnation in the Bible and Science” e, igualmente, em português).
Abramos bem, pois, os nossos olhos, para que as fake News das traduções bíblicas não nos enganem!