Para os demonólogos modernos, demônio é um espírito humano. E vale aqui uma consulta aos dicionários. Mas há os demonólatras. E há também os “demonolatrinhos”, que pensam que ele é uma espécie de deus do mal em disputa com Deus para o domínio dos humanos. E uns respeitam-no tanto, que até evitam falar seu nome! Mas esse demônio está aposentado pelos verdadeiros teólogos, pois é uma história infantil das dos tipos do da cegonha, da mitologia e da teologia medieval.
Por sermos espíritos semelhantes a Deus, temos dois instrumentos para a nossa evolução cognitiva e moral, a saber: a inteligência e o livre-arbítrio. Sto. Agostinho afirma que nós fomos criados como se fôssemos sementes que, no futuro, se tornam árvores. Os filhos de Jacó venderam como escravo seu irmão José do Egito. Apenas por inveja, Caim matou seu próprio irmão Abel. E o homem das cavernas era até antropófago. Todos nós já fomos, pois, demônios maus ou espíritos atrasados.
No futuro, na separação do joio do trigo – que será feita com amor, pois Jesus não vai por tudo a perder a respeito de sua mensagem de amor até para com os inimigos -, os espíritos que não tiverem atingido um mínimo de evolução moral (de amor), irão reencarnar em mundos que ainda estão no nível de evolução do homem da caverna. “Na casa do Pai há várias moradas” ou níveis de evolução dos espíritos.
E nesses mundos atrasados haverá choro e ranger de dentes (Mateus 24,51) para esses espíritos que tomaram bomba e vão recomeçar tudo de novo, pois Deus e Jesus nunca deixarão de amá-los. Na Bíblia, os demônios são chamados também de deuses, pois todos os espíritos humanos que se manifestavam para os judeus eram tidos, teoricamente, ora como sendo Javé, ora como sendo deuses falsos, mas como espíritos humanos (1 Samuel 28,13; Salmo 86,6 e João 10,34).
Ao desencarnarmos, pois, seremos todos demônios muito bons (poucos), mais ou menos (maioria) e muito maus (poucos). E eis um paradoxo. Sob certos aspectos, os maus demônios são filhos de Deus especiais, pois Jesus veio principalmente para os espíritos doentes encarnados e desencarnados (Mateus 9,12; 4,16, e 1 Pedro 4,6), e esses demônios maus são justamente os mais doentes filhos de Deus, ou seja, os mais necessitados de amor, preces e misericórdia!