As cerca de 300 igrejas cristãs consideram-se a si próprias verdadeiras. A Igreja Católica se julga santa e pecadora. E justifica isso dizendo que ela é santa porque ela é um corpo que tem Jesus como sendo a sua cabeça e a nós como sendo os demais membros desse corpo, segundo o ensino de são Paulo.
Realmente, todas as igrejas cristãs são pecadoras, pois são compostas de nós humanos imperfeitos que somos, exceto Jesus. E isso nos traz à memória as frases de dois grandes filósofos: “Cristão só houve um ou aquele que morreu na cruz” (Nietzsche) e “Quem é vacinado com o soro da teologia cristã está imunizado contra o espírito de Cristo” (Albert Schweitzer).
Sem dúvida que esses dois filósofos exageraram as coisas, pois as teologias cristãs têm doutrinas boas e salutares. Mas essas duas frases são uma advertência aos teólogos cristãos que criaram também princípios teológicos que afrontam a razão e que, há séculos, vêm desestruturando o cristianismo.
E essas doutrinas, que nada têm a ver com o Evangelho de Jesus, sempre encontraram resistência entre os cristãos inteligentes e corajosos, muitos dos quais se tornaram mártires das fogueiras da Inquisição, destacando-se entre eles os frades Giordano Bruno e Lucílio Vanini e a médium clariaudiente (que houve vozes) santa Joana D’Arc.
A resistência heróica desses cristãos contra os erros teológicos foi sufocada pelas igrejas ortodoxas, é verdade. Foi sempre apoiada, no entanto, pela igreja heterogênea (gnósticos, arianos, hereges etc) de todos os tempos, os quais sempre representaram também no passado uma maioria, sim, mas prudente e cautelosa para evitar que seus componentes fossem condenados às fogueiras.
As doutrinas não ensinadas por Jesus, mas apenas pelos teólogos, são os pecados mais cabeludos das igrejas cristãs. Ademais, elas não contribuem para com a evolução espiritual das pessoas, emperram o cristianismo, além de exporem-no ao deboche dos incrédulos!
