Vemos como sendo uma grande contradição os que, vinculados a alguma corrente religiosa, não aceitam a imortalidade da alma, pois por pouco não se igualam aos não espiritualistas, ou seja, aos que classificamos de materialistas que não acreditam em nada além da matéria.
Temos dito que se não existir nada após a morte não haveria a mínima necessidade da família, na qual estabelecemos fortes laços de amor, para que, depois da morte, seja o nada. Ademais, se isso fosse verdade, então poderíamos muito bem viver da mesma forma que os animais, que não estabelecem nenhum vínculo familiar com os seus filhotes, a não ser por um período muito curto, geralmente, quando suas crias ainda estão amamentando; fora isso vivem no mais exato sentido da frase “cada um por si, Deus por todos”, o que não cabe a nós, seres humanos, porquanto nos é recomendado “amar ao próximo como a si mesmo” (Mt 22,39), cuja aplicação será só para a vida presente? É o que questionamos.
Antigamente julgava-se que só os deuses eram eternos, como consequência disso o homem, por muito tempo, não acreditou que ele mesmo fosse um ser imortal.