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Inferno ou Purgatório?

É comum vermos as expressões: “a Bíblia diz”, “a Bíblia fala”, “porque está na Bíblia”, “a Bíblia emprega a palavra tal em tal sentido”, etc., como se ela fosse de fato um ser vivo com capacidade de pensar e até de se expressar. Não entendem alguns teólogos, principalmente os dogmáticos, que na verdade foram os autores bíblicos que pensaram e se expressaram, e ao longo do tempo, foi ela, por força da afirmativa de ser “a palavra de Deus”, adquirindo essa vida própria.

Se tivermos mente aberta, para analisar seu conteúdo, veremos que existem várias passagens que não podem, de forma alguma, ser atribuídas a Deus. Isso, por outro lado, colocaria em cheque a questão de ser ela somente a palavra de Deus. Ora, como tudo que faz parte de ritual, em todos os tempos e lugares, assume o caráter sagrado, e considerando que a leitura da Bíblia, desde o advento do Judaísmo, faz parte do seu ritual, a Bíblia, para o cristão, por ser lida no ritual da missa, também adquiriu o caráter sagrado, passando, por isso, a ter o nome de Bíblia Sagrada, como a conhecemos hoje.

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Paulo Neto
É palestrante e articulista da Mídia Escrita Espírita e não Espírita, com vários artigos publicados em um grande número de jornais e revistas, muitos dos quais poderão ser encontrados na Internet e principalmente neste site.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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