A inspiração e a revelação são fenômenos afins. E elas não são apenas de natureza religiosa, mas também científica, filosófica e artística: “A inspiração de Mozart”. Na mitologia grega, havia 9 musas (deusas) da inspiração das artes liberais. “Invocar a musa”. A inspiração ou intuição é uma intervenção sutil de um espírito em nossa mente. Já a revelação é uma intervenção mais direta (santo Agostinho,“De Cura Pro Mortuis” (“Tratado dos Mortos”).
E eis o que diz também o apóstolo Paulo sobre isso: “Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1,14). Os espíritos encarnados e desencarnados são deuses (relativos) [Samuel 28,13; Salmo 82,6 e João 10,34]. E a revelação pode ser por profecia oral (psicofonia) e escrita (psicografia) de um espírito, e por fenômenos de vidência (clarividência) e de ouvir vozes (clariaudiência). Madre Teresa de Calcutá tinha esse dom mediúnico de ouvir vozes, denominado pela Igreja, hoje, de “locução interior”.
Mas nas sessões mediúnicas de revelação por profecia, nós temos que examinar e discernir os espíritos (1 João 4,1 e 1 Coríntios 12,10). O Espírito Santo é, pois, o conjunto dos espíritos. “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem” (1 Coríntios 14,29). “Se, porém, vier revelação a outrem que esteja assentado, cale-se o primeiro” (1 Coríntios 14,30). “…procurai com zelo o dom de profetizar, e não proibais o falar em outras línguas” (1 Coríntios 14,39). “O que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando” (1 Coríntios 14,3). “Se alguém se considera profeta ou espiritual, reconheça ser mandamento do Senhor o que vos escrevo” (1 Coríntios 14,37).
Disso tudo se infere que, inspirados ou imantados por um “spiritus bonus”, na expressão latina de São Jerônimo na Vulgata, os médiuns ou profetas de todas as religiões podem profetizar e fazer revelações.
