Esse assunto torna-se recorrente, visto determinadas pessoas ainda insistirem na tese de que Jesus seja o próprio Deus, tomando-se uma ou outra passagem bíblica para justificar essa interpretação. Obviamente, que faz parte de quase todas as culturas religiosas a crença de que a divindade a qual prestavam culto viria a Terra e após fecundar uma mulher, essa sempre uma virgem, daria nascimento a um semideus. Se não estivermos nos enganando na interpretação do pensamento do psiquiatra suíço C. G. Jung (1875-1961), o fundador da psicologia analítica, isso poderia ser classificado como um arquétipo (JUNG, 1988).
O certo é que Jesus, tendo nascido e vivido como um judeu, nunca diria tal coisa; é o que, de fato, percebemos pelas narrativas dos Evangelhos. A lei judaica seria implacável quanto a isso; certamente, que resultaria no apedrejamento, até a morte, do blasfemo, num rito sumário sem qualquer possibilidade de apelação para alguma instância superior.