O primeiro procedimento adotado por Allan Kardec na abertura da gigantesca obra da Codificação foi se preocupar com as questões filosóficas, desta forma, o mestre inaugura a Doutrina dos Espíritos em seu primeiro parágrafo:
Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. L.E – Introdução.
Pode-se notar que evitar ambiguidades era uma das tarefas a ser cumpridas.
Para minha surpresa, ao pesquisar para este artigo, não encontrei, formalmente, em nenhuma parte da Codificação ou na Revista Espírita a definição Lei de causa e efeito. Encontramos o axioma (*): para todo efeito existe uma causa e não há causa sem efeito. Essa máxima vulgarizada nas obras do mestre como um princípio, foi transformada em lei por espíritos pós-codificação, isto é, a partir deste axioma se torna, facilmente, dedutível a lei implícita. A Lei de causa e efeito, ensinada por alguns espíritos tem um caráter moral e também físico; ao agirmos no universo, cada ato tem uma consequência, cada gesto, cada pensamento se reflete no universo micro e macro cósmico. O fato de refletir não traz a ideia de uma reação imediata e implacável, por exemplo, quando alguém deseja um mal, o objeto receptor, não tem a obrigação de devolver o mal na mesma moeda, desta forma, uma ação pode desencadear infinitas possibilidades de consequências.