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Leis Divinas e Mosaicas

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O não discernimento das leis divinas das mosaicas já causou, e ainda causa, muitas contendas no Judaísmo e, principalmente, no Cristianismo. Quantas igrejas cristãs, quantas mortes na fogueira, e quantas guerras religiosas sangrentas, tudo isso porque os teólogos do passado não entendiam bem a Bíblia.

E é oportuno perguntarmos como ficam os dogmas baseados nesses erros? Paulo distinguia bem as 2 leis: “Estai firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5,1). E ele se referiu às leis mosaicas, quando disse: “… sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 2,16).

Lutero inspirou-se nesta frase, para exaltar a fé e a graça, e, conseqüentemente, para a Reforma contra a Igreja Católica, condenando o seu abuso das indulgências, dos rituais e cerimônias, mas parecendo que não distinguia bem esses 2 tipos de leis. E eis alguns exemplos do desprezo do apóstolo Paulo pelas leis mosaicas: “… se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará” (Gl 5,2). “De Cristo vos desligastes vós que procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes” (Gl 5,4). Realmente, as leis mosaicas são sinais exteriores que não nos tornam mais perfeitos.

O domínio do nosso ego, o que nos custa muitos sacrifícios, isto, sim, nos faz caminhar para a perfeição e a verdade. Mas isso é esquecido pelo ensino das igrejas cristãs, não o ensino do Cristo. Aliás, é o próprio ego das autoridades religiosas que as faz esquecer-se dessa questão, que é uma das mais importantes do Evangelho do Nazareno: “Quem quiser ser meu discípulo, renuncie-se a si mesmo”.

Não existe amor cristão sem a renúncia do nosso ego. E essa renúncia é-nos, realmente, um desafio, pois não dá dinheiro para ninguém! “O justo viverá pela fé” (Gl 3,11). Mas tem que ser uma fé de verdade, uma fé operante, que produz amor, perdão e renúncia incondicionais, como, sabiamente, no-lo ensinou Tiago: “A fé sem obras é morta.” Essa fé (fidelidade) leva-nos, pois, à prática do amor, das boas obras, que se norteiam pela síntese dos Dez Mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.” Tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7,12).

Essa lei aqui é a do Decálogo, a lei de Deus, e não a de Moisés, que, às vezes, até contraria a de Deus, por exemplo: o ensino de Dt 22,22 e 21, 21 manda matar a pedradas os adúlteros, as adúlteras e os filhos rebeldes. Se seguíssemos essas leis mosaicas, e não as divinas do Decálogo, os judeus e os cristãos teríamos, pois, que matar a pedradas uns 50%, no mínimo, da população do mundo!

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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