Luz divina

Publicado na Coluna Caminhos da Fé do Jornal do Commércio 27 09 2015

A luz é sempre bem recebida principalmente quando nos encontramos na escuridão.Uma lanterna ou uma vela podem ser a salvação daquele momento que nos angustia. Até mesmo uma réstia de Sol entrando pela janela no final do entardecer nos ajuda a enxergar o que precisamos. Esse foco de luz é puramente de ordem física e sensível aos nossos olhos.

Temos ainda uma luz que não enxergamos, mas sentimos em nosso interior. Ela é sutil e nos envolve pela nossa sensibilidade. Não raro somos surpreendidos em ambientes os mais variados, inclusive em nossos lares, quando nos encontramos com amigos e familiares, e alguém do grupo apresenta uma intemperança inesperada. Dessa atitude podem surgir insinuações e opiniões divergentes, gerando um clima de energia densa e nada saudável, dando inicio a um conflito que a principio parecemos desconhecer a razão…

É nessa ocasião o nosso grau de “paciência” para o enfrentamento da situação. Essa reflexão impõe-se principalmente em momentos que explodem as emoções e sentimentos menores que externam as nossas inquietudes. Tais acontecimentos são provas que recebemos para que tenhamos a calma necessária dando espaço para aquela luz celestial que atuará aliviando o calor das nossas imperfeições.

Em João 8:12, Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo”; “Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”; “Bem aventurados os mansos porque herdarão a terra”. Com essa sabedoria, exortava-nos para essa reflexão. Para tal se faz necessário que estejamos em “estado de vigilância”, para que possamos atuar com bálsamo naqueles que estão com ânimos exaltados e sem controle.

Basta um dos interlocutores estar vulnerável à ação de espíritos menos esclarecidos para que ecloda um clima de desarmonia atingindo a todos os circundantes. É essa luz divina que nos traz serenidade, dando-nos também condições de tornar aquela ambiência novamente agradável e livre de perturbações. Se nos detivermos nessa observação, veremos que se trata de fato constante em nosso dia a dia. Mas há de se perguntar: quem de nós poderá ter essa “luz divina” para apaziguar essa perturbação e levar à concórdia para todos? Todos nós! Sem exceção, todo ser humano tem essa capacidade.

O que nos falta é refletir sobre nossas potencialidades espirituais que são bem maiores do que as do corpo físico. Nossa ignorância e falta de perseverança é que dificultam esse conhecimento que nos faria bem melhores na convivência com nossos irmãos encarnados ou não.

Nesse contexto, a prece é imprescindível e o caminho a ser seguido por todos. É através dela que nos elevamos e nos ligamos ao Criador, de que emanam todas as boas energias que poderão nos envolver e nos tornar radiantes para os nossos semelhantes. Sem nossa elevação ao Altíssimo, nada conseguiremos!

Lembremo-nos de que nunca estamos sozinhos. A espiritualidade amiga sempre nos acompanha em nossos pensamentos e, dependendo da natureza deles, estarão disponíveis para nos ajudar. Fazendo disso nossa prática diária iremos constatar que é válido mergulharmos nesse universo interior e desconhecido, onde encontraremos a luz para a saída dos acontecimentos que nos atormentam.

Essa será sempre a melhor alternativa para o enfrentamento dessas dificuldades que nos trazem contrariedades e comprometem o saudável estado de espírito que tanto buscamos para nos sentirmos felizes.

Luiz Guimarães é do Centro Espírita Caminhando Para Jesus

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Luiz G. G. de Sá
Médico, pianista, compositor, escritor e produtor cultural. É membro da Academia Pernambucana de Música, sucedendo Luiz Bandeira que por sua vez, ocupou a vaga do Patrono Luiz Gonzaga. Articulista do Jornal do Comércio e Diário de Pernambuco há vários anos. Vencedor de inúmeros festivais de frevo e hoje tem 42 frevos de rua entre outros do gêneros como jazz, bossa nova, noturno, etc. Trabalhador do Centro Espírita Caminhando Para Jesus.