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Mais reflexões sobre a Santíssima Trindade

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Dogma católico e diferentes abordagens de tema

O que tornou a Santíssima Trindade mais complicada foi a criação do respeitado Espírito Santo da sua Terceira Pessoa. Isso complicou-a tanto que os próprios teólogos a denominaram de Mistério de Deus. E, para manterem essa doutrina misteriosa, foi preciso que eles a proclamassem como sendo um dogma.

Como se sabe, os cristãos primitivos receberam influência das trindades mitológicas egípcia, greco-romana e da Tribute (Trindade da Índia). Há uma polêmica sobre se a Santíssima Trindade está ou não no Antigo Testamento da Bíblia. Um grupo de respeitados biblistas de fama mundial diz que sim. E outro grupo biblista, também mundialmente famoso, diz que não, afirmando que se trata de interpretação forçada.

Os islâmicos a condenam veementemente. A Igreja Ortodoxa Oriental, com suas várias divisões, está separada da Igreja Católica Romana, desde 1054. E isso se deve, principalmente, à questão das ideias doutrinárias trinitárias diferentes entre ambas. Mas houve também influências políticas dos dois Impérios: Ocidental e Oriental. E essas Igrejas Ortodoxas dominam na Europa Oriental, Oriente Médio e Rússia. Elas têm seu líder geral, mas os seus bispos com suas dioceses e suas doutrinas são independentes, principalmente com relação ao Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária.

O Sinal da Cruz dos católicos: “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, com o movimento da mão direita que vai da testa à parte inferior do peito; e, em seguida, com a expressão “do Filho”, do lado esquerdo do peito e com a mão indo para o lado direito dizendo “e do Espírito Santo”. Os cristãos ortodoxos fazem esses movimentos e palavras ao contrário, com a mão indo primeiro ao lado direito e dizendo do “Filho”, Jesus Cristo, que para eles é mais importante. Daí a mão ir primeiro para esse lado direito e dizendo “do Filho”, Jesus Cristo, e depois indo para o lado esquerdo, falando “e do Espírito Santo, que deve ser citado do lado esquerdo, pois Ele, como já vimos, é menos importante do que o Filho.

E, esclarecendo mais ainda essas inversões: É porque o Espírito Santo não é Deus, mas o conjunto dos espíritos, enquanto que Jesus Cristo é Deus de acordo com o Concílio Ecumênico de Niceia em 325. Como se vê, somos obrigados a dizer com o devido respeito que a Santíssima Trindade é mesmo confusa, daí que foi dito pelos próprios teólogos que se trata de um mistério! Eles dizem que as Pessoas é que são três, mas Deus é um só. Mas afirmar que Deus é Pessoa não é antropomorfizá-lo?

Com o devido respeito à Santíssima Trindade, perguntamos até quando vai continuar essa confusão que tanto prejudica o cristianismo, inclusive, aumentando e muito o número dos ateus!

Artigo publicado no jornal O Tempo em 08/05/2023
PS: Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia”, na TV Mundo Maior, e a tradução da Bíblia (NT), 2ª edição revisada e ampliada na introdução e nas notas sobre os versículos, Editora Chico Xavier, 31 3637-1048, Cássia e Cleia.
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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