“A mediunidade é um dom inerente a todos os seres humanos, como a faculdade de respirar, e cada criatura assimila as forças superiores ou inferiores com as quais sintoniza.” (ÁULUS) (1)
Inicialmente, recorreremos ao “Vocabulário” da obra Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, para ver o conceito que Allan Kardec (1804-1869) deu aos termos médium e mediunidade:
Médium (do lat. médium, meio, intermediário) – pessoa acessível à influência dos Espíritos e mais ou menos dotado da faculdade de receber e transmitir suas comunicações. Para os Espíritos, o médium é um intermediário; é um agente ou um instrumento mais ou menos cômodo, segundo a natureza ou o grau da faculdade mediúnica. Esta faculdade depende de uma disposição orgânica especial, susceptível de desenvolvimento. Distinguem-se diversas variedades de médiuns segundo sua aptidão particular para tal ou tal modo de transmissão, ou tal ou tal gênero de comunicação. (2) (itálico do original, negrito nosso a não ser o vocábulo)
Mediunidade [do lat. médium, meio, intermediário, -(i)dade] – 1. Faculdade que a quase totalidade das pessoas possuem, umas mais outras menos, de sentir a influência ou ensejarem a comunicação dos Espíritos. Raros são os que não possuem rudimentos de mediunidade. 2. Em alguns, essa faculdade é ostensiva e necessita ser disciplinada, educada; em outros, permanece latente, podendo manifestar-se episódica e eventualmente (v. Medianimidade). (3) (itálico do original, negrito nosso a não ser o vocábulo)
A mediunidade, portanto, seria a capacidade de uma pessoa, designada de médium, de possuir “uma disposição orgânica especial” que lhe permite sentir a influência dos Espíritos. Destaque para o emprego das palavras “ostensiva” e “latente”, que, respectivamente, têm o sentido de “amplo” e “restrito”. Mais à frente, falaremos sobre esses três destaques negritados.