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Na Bíblia, às vezes, ressurreição nada mais é do que reencarnação

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Jesus não explicou o que são ressurreição e reencarnação. E também os judeus pouco entendiam delas. Sobre a vida após a morte, Jesus só falou também figuradamente em “trevas exteriores” e “regiões inferiores”. E os judeus saduceus acreditavam que o homem acabava na sepultura, pois rejeitavam a ressurreição, os espíritos e os anjos. (Atos 23: 8).

Para a Bíblia, o homem veio do pó e retornará ao seu pó. (Gêneses 3: 19; e Eclesiastes 12: 7). E nem Jesus nem a Bíblia falam que o homem, que voltou ao seu pó, retornaria dele. O corpo é pó do mesmo modo que o gelo é água. É só aumentar a temperatura, o gelo volta a ser água, que é sua essência. Também o corpo, só enquanto ele tem vida, é que ele é carne, ossos e sangue, mas sem a vida, sem o espírito, ele volta ao pó, que é sua essência. Jesus até disse que a carne para nada aproveita, e que o que importa é o espírito que dá a vida. (João 6: 63). Também Paulo fala que carne e sangue não têm lugar nos céus. (1 Coríntios 15: 50). De fato, se no mundo espiritual houvesse a matéria densa de nosso corpo, tal mundo deixaria de ser espiritual. Ele é o lugar dos espíritos. “Deus não é Deus de mortos, mas sim, de vivos”, isto é, dos espíritos imortais. (Mateus 22: 32).

Esse homem de pó, que Paulo chamou de “homem exterior (2 Coríntios 4: 16), é o que nasce e morre uma vez só e bem morrido! Para a Seicho-No-Ie, ele é o homem fenomênico. E ele não deve ser confundido com o “homem interior” de Paulo ou o espírito do homem, que se renova de dia em dia, evoluindo sempre, e que é imortal, pois não morre nem uma vez só sequer! E é ele que reencarna.

E a Bíblia está certa quando diz que o homem morre só uma vez (Hebreus 9: 27), já que ela se refere ao “homem exterior” paulino, que, depois da sua morte única, tem seu espírito julgado para receber a recompensa ou o sofrimento, em novas reencarnações. E só no final dos tempos haverá o juízo final, o que nos demonstra que o espírito ainda continuará com as suas ações boas e más nas próximas reencarnações.

Eis dois episódios de que ressurreição e reencarnação eram a mesma coisa para o povo judeu. Herodes diz sobre Jesus, quando João Batista já tinha morrido: “Este é João Batista que ressuscitou dos mortos.” (Mateus 14: 2).

“Jesus pergunta aos apóstolos quem diz a multidão que eu sou? Eles responderam: Uns dizem que sois João Batista; outros, Elias, e outros que sois um dos antigos profetas que ressuscitou.” (Lucas 9: 18 e 19). Como se vê, para os judeus, ressurreição e reencarnação eram de fato a mesma coisa.

E Jesus teve várias oportunidades de condenar a reencarnação. E por que não o fez, por pecado de omissão? Não.
Foi porque ela é uma grande verdade, que até já era muito conhecida na sua época. Além disso, como diz o dito: “Quem cala consente!”

 

José Reis Chaves
Dezembro/2013

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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