O Livro Sagrado é a palavra de homens sobre Deus
Sinto-me à vontade para falar sobre a Bíblia, considerada, geralmente, o livro mais importante da história da humanidade. E esclareço que nos meus escritos não busco a arte literária, mas principalmente, a clareza para as minhas leitoras e meus leitores.
Tenho dito muito que a Bíblia é a palavra de Deus no sentido de que é a palavra sobre Deus de homens, geralmente santos, pneumatos, profetas ou médiuns, durante 1.350 anos, a partir de Moisés até o Apocalipse de João.
E os demônios na Bíblia “daimones” no grego e no singular “daimon” são as almas ou os espíritos dos mortos, te, atrasados, e é por isso que são maus. Mas existem também os já bons (bem evoluídos) e até santos canonizados pela Igreja. Moisés proíbe o contato com os espíritos, não porque isso seja um mal em si, mas porque havia comércio e muitas fraudes por parte dos pneumatos (médiuns) que tinham dons espirituais (1 Coríntios 12: 13 e 14).
Por oportuno, o que faço muito, cito aqui a Primeira Carta de João 4: 1 “Queridos irmãos, não deem credito a qualquer espírito, examinem-nos para verem se são bons, pois, o mundo já está cheio de falsos profetas.” Ora, entrar em contato com os espíritos é praticar o espiritismo! Ademais, o que João nos ensina não tem nada a ver com o respeitado Espírito Santo divulgado à saciedade pelos líderes religiosos, desde que ele foi criado pelos teólogos trinitaristas em 381, e, principalmente, depois do espiritismo (a ciência do espírito) de Kardec na segunda metade do Século 19.
O título desta matéria nos lembra que temos que conhecer bem a Bíblia, para não errarmos dizendo que ela é o que não é. Por exemplo, o ensino dos rabinos judeus herdado pelos teólogos cristãos que afirma que a Bíblia é a palavra de Deus, como se fosse Deus que a tivesse escrito por psicografia, não é bem assim. Como já disse e repito, o que tenho dito muito, ela é a palavra de homens sobre Deus.
Esses homens, podemos dizer que eram profetas (hoje se diz médiuns) e até santos, mas não eram infalíveis, somente Deus o é!
Além disso, muitos espíritos que se manifestavam aos hagiógrafos (autores sagrados) eram tidos, equivocadamente, como se fossem o Espírito do Próprio Deus e, às vezes, era até um espírito atrasado. Daí os erros da Bíblia. E ela sempre recebeu acréscimos, cortes e transformações por parte dos tradutores e teólogos.
São Paulo até nos adverte para que não nos prendamos à letra da Bíblia que mata. Temos de lê-la de modo racional. E termino essa coluna com a lembrança do título de uma outra que fiz, faz alguns anos: “A fé raciocinada nos fortalece, mas a misteriosa nos endoidece!”