Eis o ensino do Mestre durante a visita que Lhe fez Nicodemos: Tendes que nascer de novo para poderdes ver o reino de Deus e entrar nele. Continuou o Mestre: há nascido da água e do Espírito. E enfatizou para Nicodemos: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito, é espírito “…importa-vos nascer de novo” (João 3,6). O nascido de novo da água (líquido amniótico) ou da carne é o nascido de novo dos pais.
Já o nascido de novo do Espírito é a mudança (metanóia) de vida para melhor do espírito, podendo isso acontecer pelo livre-arbítrio do espírito, várias vezes, numa mesma reencarnação. E a cada reencarnação, o espírito está nascendo também de novo do espírito, pois a cada ressurreição na carne, ele está voltando melhor.
Tudo isso vai acontecendo pelos tempos afora com o espírito imortal, cuja meta é a perfeição do Pai. “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celestial” (Mateus 5,48). Apenas uma encarnação não dá nem para começar! Respeito muito o Batismo de água. Mas no capítulo 3 do Evangelho de João, o nascer da água não é, como vimos, o nascer da água do Batismo. “O vento ou espírito (“pneuma” e “ruach”) sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem (de qual carne, corpo ou pessoa) nem para onde vai (qual carne, corpo ou pessoa).
Assim é todo o que é nascido de novo do Espírito” (São João 3,8). Quanto ao espírito consolador enviado por Jesus, ele não pode ser Deus ou o Espírito Santo da Santíssima Trindade, pois Jesus não pode enviar Deus, já que o que envia tem que ser superior ao enviado! (João 14,28). E o nosso nascer de novo do Espírito consiste em fazermos, numa primeira fase, muitas obras de caridade, aquelas recomendadas pelo Evangelho do Mestre, por São Tiago, São Paulo e Kardec, que disse: “Fora da caridade não há salvação”.
Somente assim é que nós vamos tornar-nos de fato, um dia, seguidores autênticos de Jesus, quando, só então, já bem amadurecidos espiritualmente falando, poderemos fazer tudo o que Ele fez e até coisas maiores, ainda, do Ele que fez!