Nesta obra, o autor Paulo Neto discorrerá sobre o mito que é o nascimento virginal de Jesus, através de Maria, devido uma má exegese de uma profecia no Tanah (Bíblia Hebraica), que, por sua vez, refletiu uma má tradução para a Septuaginta e gerou todo esta construção deste dogma, hoje defendido por boa parte dos cristãos mais dogmáticos.
Com isso, o autor irá nos abrilhantar com sua pesquisa em diversas fontes bibliográficas, a nos apresentar um embasamento razoável deste evento, asseverando que se trata realmente de um mito, trazendo comparações com outros mitos orientais e a tentativa dos autores dos Evangelhos em construir uma figura mítica de Jesus e sua concepção virginal, comparando-o com um semideus e em alguns momentos como a própria divindade.
Dizer que “biblicamente” Jesus nasceu de uma virgem, destoa de todo o conceito do Tanah que não previu nenhum nascimento miraculoso do messias e nem mesmo a profecia se refere ao Messias Jesus, mas ao filho de Acaz, segundo a tradição judaica (Isaías 7,14; 8,8-10). Senão vejamos que a referência (Mateus 1,23; 25,1) está no grego o verbete παρθένος (parthenos) que significa virgem, e que sua referência na Septuaginta, também no grego, está o mesmo termo que traz um significado de virgem. Entretanto, quando vamos ao hebraico, encontramos no Tanah עלמה (almah) que significa jovem.
Como podemos observar, o autor do evangelho se baseou no texto da Septuaginta, em grego, que era corrente ao período testamentário em que os cristãos utilizavam mais este texto grego, do que o hebraico, em que não se baseando no texto hebraico, acabou originando toda a celeuma do nascimento virginal de Jesus e que muitos se agarram a este sentido como sua tábua de salvação, mas que o texto original hebraico, não lhe dá o devido suporte. Após apontar esta falha de tradução e hermenêutica do texto, baseando numa boa exegese, desejamos aos estimados leitores uma boa leitura nesta obra envolvente e marcante para àqueles que procuram a verdade dos fatos!