Se a Bíblia fosse mesmo a palavra de Deus, então ela não poderia ter nada que uma pessoa comum ao lê-la não a entendesse, pois, se isso ocorrer, como esse pobre coitado irá segui-la? É por esse caminho que os líderes religiosos avançam, uma vez que, sendo eles os “doutos” em interpretar a Bíblia, fica mantido in ad eternum seu domínio sobre os fiéis.
Espinosa, um filósofo do séc XVII, já dizia:
Admira-me bastante, pois, a engenhosidade de pessoas,… que enxergam na Escritura mistérios tão profundos que se torna impossível explicá-los em qualquer língua humana e que, além disso, introduzem na religião tantas matérias de especulação filosófica que a Igreja até parece uma academia e a religião uma ciência, ou melhor, uma controvérsia. (ESPINOSA, 2003, p. 208).
O que vemos de mirabolantes tentativas para sair de alguma contradição bíblica não está no gibi. Apelam feio, importam-lhes pouco as questões do ponto de vista da razão e da lógica; da coerência, então, nem se fala! Vamos ver a confusão que se fazem em torno da palavra Nazareno.