Para santo Agostinho, o mal é a ausência do bem. Mas um pecado é também um mal que, mesmo com a ausência do bem, é também uma ação presente e não ausente. E ele consiste em cedermos à nossa tendência de servirmos ao nosso ego. Daí Jesus nos ter dito que Ele veio para servir e não para ser servido.
Ensinou também o Mestre que, se alguém quiser ser seu discípulo, deve renunciar-se a si mesmo (Mateus 16,24). E é interessante observarmos que o pecado praticado por nós é um mal para nós. Já o recebido por nós é um bem para nós, pois, certamente, está purificando-nos de algum mal que semeamos no passado. Isso é Deus ou a lei espiritual sabendo tirar do mal o bem. O pecado da rebelião dos anjos é um erro, pois Deus não faz guerra. Isso é mitologia misturada com a inveja do homem de Deus, como sugere Gênesis.
Os anjos, apesar de serem espíritos humanos, são evoluídos, pelo que jamais iriam ter inveja de Deus.Temos também o pecado contra o Espírito Santo que habita em nós, contra a lei da natureza e contra a voz de nossa consciência, como o aborto, o assassinato premeditado etc. Ele, segundo Jesus, não tem perdão nessa vida nem em outra do porvir (futuro). É que ele pesa muito na balança da lei cármica, e tem mesmo que ser pago. Aliás, ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo (Mateus 5,26).
E temos ainda o pecado original, que, de tanto ser desacreditado, branqueia o cabelo dos teólogos! Herdamos de nossos primeiros pais apenas a capacidade de pecarmos: o intelecto e o livre-arbítrio. Os pecados, não sendo “cabeludos” e criminosos como os contra o Espírito Santo, não devem preocupar-nos em demasia, pois não ferem a Deus, mas ao nosso próximo e, por conseqüência, a nós também.
Todos nós pecamos. E Jesus até afirmou que os escândalos (pecados) são inevitáveis no mundo (Mateus 18,7). Mas como diz Trigueirinho: a misericórdia de Deus é maior do que os nossos pecados. E digamos com a Seicho-No-Ie: Não existe pecado. Realmente, ele não é teoreal (feito por Deus). Logo, só existe temporariamente. E sobre isso, a própria Bíblia nos tranqüiliza também: “Sete vezes cairá o justo, e se levantará” (Provérbios 24,16), o que é a
nossa evolução acontecendo!