A palavra destino na conotação de objeto ou fim não provoca polêmicas: Deram um destino errado à verba. Mas filosófica e teologicamente falando, a coisa pega fogo! Uns dizem que o destino não existe. E outros afirmam que ele é onipotente. E na Mitologia, ele é até uma divindade. Teria surgido daí a absurda doutrina da predestinação? A verdade é que o destino pode ser temporário e definitivo.
O funcionamento da lei de causa e efeito ou do carma pode trazer-nos um destino temporário que é feito por nós mesmos. É que “colhemos o que tivermos plantado” e “a cada um será dado segundo suas obras”. Destarte, enquanto estamos colhendo o que plantamos de mal no passado, estamos vivendo também um mau destino temporário construído por nós mesmos, pois ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo (Mateus 5,26 e Lucas 12,59).
Mas quitado o último centavo de nosso carma negativo, mais um nosso destino temporário termina também. E podemos suavizar e mesmo anular um mau destino cármico temporário através de nosso livre-arbítrio, praticando o bem, pois “uma boa ação encobre uma multidão de pecados” (1Pedro 4,8).
Já o nosso destino definitivo foi feito por Deus e consiste em estarmos sempre evoluindo através das reencarnações até que, um dia, sejamos realmente perfeitos e, portanto, semelhantes de fato a Deus. “Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celestial” (São Mateus 5,48) e “Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5,9).
Nós podemos nos afastar desse nosso definitivo feliz destino, sim, mas apenas temporariamente, pois ele é teo-real, isto é, uma realidade do plano divino ou espiritual que implica o aperfeiçoamento moral pela eternidade afora de todos os filhos de Deus, até que todos eles, sem exceção, conheçam a verdade que liberta e alcancem a paz e a felicidade plenas, porque é esse, de fato, o nosso implacável, mas feliz destino!