Os teólogos, se não todos, pelo menos na sua grande maioria, afirmam que o Consolador prometido por Jesus (Jo 14,16) teria vindo no dia de Pentecostes (At 2,1-4); quem sabe se não buscaram apoio para isso no documento apócrifo denominado Caverna dos Tesouros, do qual extraímos: “[…] Decidiram jejuar, até receberem todos juntos o Espírito, o Paráclito, no dia de Pentecostes, ali mesmo onde estavam reunidos. Foram-lhes distribuídas línguas, e cada um partiu para ensinar os povos, de acordo com a língua que lhes fora dada; […].” (TRICCA, 1995, p. 100). Se isso for verdade, então a base para essa afirmação é tirada de uma fonte considerada não inspirada, colocando, portanto, em sérios apuros os que assim pensam.
O primeiro ponto importante a se levantar é aquele em que vamos demonstrar que o Consolador não é o Espírito Santo, porquanto, àquela época, nem ele nem essa terminologia existiam, uma vez que é uma criação posterior para sustentar o dogma da Trindade. Em toda a Bíblia a passagem Mt 28,19-20 é a única em que se nomeiam as supostas pessoas da Trindade, mesmo assim sem estabelecer uma relação de unicidade entre elas.
Sabem os estudiosos que o dogma da Trindade se iniciou no Concílio Ecumênico de Niceia, em 325, quando Jesus foi divinizado; a providência seguinte foi também dar status de Deus ao Espírito Santo, fato que ocorreu no Concílio de Constantinopla, em 381. (CHAVES, 2006). Depois, foi só ajustar os textos do Novo Testamento a essa nova e dogmática realidade; aí, onde havia “um” espírito santo (puro), transformaram em “o” Espírito Santo, eleito a terceira pessoa da Trindade.
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