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O Evangelho Segundo o Espiritismo, uma obra-prima do Cristianismo

Dedico esta matéria à comemoração dos 150 anos do lançamento, em 1864, da fantástica obra de Kardec: “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de que fiz uma nova tradução lançada pela Ed. Chico Xavier.

No início do 5º século, santo Agostinho disse que debaixo da lama dos apócrifos há ouro a ser garimpado. Com razão, também a Igreja tem afirmado que os apócrifos nos ajudam a entendermos melhor os evangelhos. E “O Evangelho Segundo o Espiritismo” não é um livro apócrifo, mas uma coletânea de textos dos próprios quatro Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, com destaque, principalmente para a filosofia das máximas do Sermão da Montanha, a nata da mensagem evangélica. Conheço muitos padres, pastores e bispos que o têm como um livro de cabeceira. Ele é rico de comentários racionais e convincentes de Kardec e de espíritos de renomados vultos da História do Cristianismo, entre eles o apóstolo Paulo, são João Evangelista, santo Agostinho, são Francisco Xavier, são Vicente de Paulo, são Cura d’Ars, Pascal, Erasto, o arcebispo Fénelon e são Luís.

E quem não crê na manifestação dos espíritos, eu recomendo que estude o assunto, não só do ponto de vista bíblico, mas também científico. Eu estudei para padre Redentorista e não acreditava também no espiritismo. Mas depois que o estudei, não pude mais deixar de aceitar as suas grandes verdades inquestionáveis, como os fenômenos da reencarnação e da manifestação dos espíritos através dos médiuns (profetas) de que a Bíblia está cheia. Ademais, esses fatos são, hoje, comprovados pela Ciência não materialista. E diante do avanço do espiritismo, muitos teólogos até se desistiram de acusar os espíritas de macumbeiros, feiticeiros e de falarem com os “diabos”. Inventaram outra tática: os espíritas não são cristãos. Mas foi o próprio Jesus quem ensinou que seus discípulos seriam conhecidos por se amarem uns aos outros. O cristão, pois, não é aquele que crê ou não crê em determinadas doutrinas.

E com o devido respeito aos dogmas cristãos, afirmo que são eles os culpados pelas difamações e calúnias feitas pelos seus seguidores não só contra o espiritismo, mas também contra todos os outros credos. Eles, os dogmas, são a causa da crise do cristianismo cuja base é dogmática e não bem evangélica. E, assim, pois, de uma fé muito fraca. Há muitos teólogos que querem mudar as coisas, mas têm que obedecer aos seus superiores hierárquicos para não terem sérios problemas. Então, preferem o silêncio. E o resultado é que o cristianismo, por causa das suas doutrinas dogmáticas, está se afundando, cada vez mais, o que é lamentável, pois, em que pesem seus erros, ele é uma poderosa arma contra o materialismo.

E, usando uma metáfora de Jesus, “O Evangelho Segundo o Espiritismo” não é odre velho, mas odre novo, ou seja, uma visão mais real do Evangelho do excelso Mestre para o Terceiro Milênio!

José Reis Chaves
Janeiro/2014

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.