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O imbróglio das teologias com as filosofias

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Confusão serve mais ao materialismo do que ao espiritualismo

O escritor e professor aposentado da UFMG e autor do livro “Teologia da Verdade”, diz uma grande verdade: “A teologia é apenas uma história dela.”

Podemos dizer com Sócrates que nada sabemos, pois o que sabemos é uma fração insignificante da verdade, sobretudo em se tratando de Deus. Porém, o que mais fazem os teólogos é falarem sobre o que Deus é. E Ele é um Ser que quer, principalmente, nos amar, pois, seu amor por nós, sem acepção de ninguém, é infinito.

São Tomás de Aquino nos ensina uma grande verdade. Todos nós sabemos que os verbos têm seus modos: indicativo, subjuntivo e imperativo. Este último é dar ordens. O que nos interessa agora é o indicativo e o subjuntivo. O indicativo é quando dizemos uma coisa clara ou sem dúvida nenhuma. Já o subjuntivo traz uma ideia vaga ou incerta. E São Tomás, o maior filósofo da Era Cristã, falando sobre Deus, usou o modo verbal subjuntivo que, como vimos, tem uma ideia que encerra dúvida ou não é certa. E, segundo ele, é melhor falarmos sobre o que Deus seja (subjuntivo) do que   Ele é (indicativo). Ele deixou, pois, claro que nós não temos condições de compreender ou definir corretamente ou sem dúvida o que Deus é. Isso porque Deus é magnânimo demais para o entendermos como Ele é realmente. É que a nossa inteligência, finita que é, não pode entender jamais um Ser de inteligência infinita ou de tamanha grandeza. Veja-se a grandeza do Universo, obra que, cada vez mais, ficamos sabendo que só poderia ser mesmo de Deus…

Os meus leitores desta coluna devem-se lembrar da matéria que fiz sobre a frase do Papa Francisco que teria dito que Deus não existe e que foi mal interpretada pelos repórteres. Nela eu disse e aqui repito que ele a deve ter dito no sentido do latim que, quando usa o verbo desta língua “exsistere” (existir em português) quer dizer uma coisa que existe, mas vinda de outra , como uma estátua de bronze que existe, mas procedente de outra, o bronze. Então, quando o latim diz que uma coisa “não existe”, trata-se de uma coisa que existe, mas vinda de outra coisa. Por isso se diz em latim, com o verbo “exsistere” que Deus não existe, pois, o que existe em latim procede de outra coisa, como uma estátua de bronze já citada que existe sim, mas procedente do bronze, e Deus não procede de outra coisa, pois, Ele é Causa Primeira Inteligente de todas as causas ou Causa não Causada (Kardec)

Com meu respeito aos teólogos, muitos deles falaram e falam tanto sobre Deus que acabaram fazendo um verdadeiro imbróglio filosófico-teológico que, às vezes, mais serve às polêmicas e ao materialismo do que ao espiritualismo e complicando o correto entendimento da Bíblia.

Artigo publicado no jornal O Tempo em 03/07/2023
PS: Com este colunista, “Presença Espírita na Bíblia” na TVMundo Maior e a tradução do Novo Testamento, 2ª edição, ampliada na introdução, revisada e com notas inéditas interlineares dos versículos Editora Chico Xavier.  Contato@editorachicoxavier.com.br
Para quem quiser acompanhar a discussão da coluna no jornal O Tempo. (CLIQUE AQUI)

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José R. Chaves
Escritor, professor de português, jornalista, biblista, teósofo, pesquisador de parapsicologia e do Espiritismo. Tradutor de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Kardec. E autor dos livros, entre outros, “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência” e “A Face Oculta das Religiões”, ambos lançados também em inglês nos Estados Unidos.
Esta reflexão não necessariamente representa a opinião do GAE, e é de responsabilidade do expositor.

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